A canonização é o reconhecimento definitivo pelo
qual a Igreja declara que alguém participa da glória celeste, prescrevendo que
lhe seja prestada veneração pública. Uma pessoa não é santa porque a Igreja a
canoniza, mas a Igreja a canoniza porque ela é santa.
A Igreja, pelo Santo Magistério, reconhece a
santidade dos seus membros e filhos.
Canonização é o ato oficial e solene pelo qual a
Igreja Católica reconhece a santidade de um de seus membros. Seu nome é então
inscrito pelo papa na lista dos santos e pode ser objeto da devoção dos fiéis
católicos.
Na igreja primitiva essa veneração era espontânea.
Nos lugares onde estavam os túmulos de mártires havia peregrinação e
celebravam-se missas.
Quando o imperador Constantino oficializou o culto,
muitos desses mártires foram trasladados das catacumbas para as basílicas. Não
havia canonização, no sentido moderno, e bastava o consenso ou a simples
aclamação dos fiéis.
Passadas as perseguições e os tempos heroicos do
cristianismo, o culto dos mártires se estendeu aos confessores e virgens. Com a
proliferação de devoções particulares, misturadas a crendices, foi necessário
organizar o culto.
O primeiro santo canonizado de forma solene foi o
bispo de Augsburgo, Ulrich (santo Ulrico), morto em 973 e proclamado santo por
João XV, no Concílio de Latrão, em 993.
Foi Sisto V que organizou o sistema de canonização,
e o confiou à congregação dos ritos, órgão da cúria romana. Estabeleceu-se como
norma um primeiro estágio de benemerência, a beatificação, a partir da qual já
é admitido o culto público, com algumas restrições.
O papa Urbano VIII (1623-1644), responsável pela
canonização de santa Isabel de Portugal, são João de Deus e são Francisco
Bórgia, determinou que só houvesse culto público depois da beatificação ou da
canonização, com raras exceções. Regras posteriores, de Bento XIV, completaram
a legislação, que se consolidou, sem grandes alterações, no Código de Direito
Canônico, de 1917, modificado pelo papa Paulo VI no fim da década de 1960.
Os processos de beatificação foram simplificados e
descentralizados. A igreja procurou evitar assim os processos demasiadamente
longos, como o de santa Joana d'Arc, morta em 1431, reabilitada em 1456, e só
canonizada em 1920, pelo papa Bento XV.
A etapa inicial, de investigação, é conduzida pelo
bispo local, que nomeia um postulado da causa, espécie de advogado de defesa, e
um promotor da fé (o famoso "advogado do diabo"). Reunido o material
e comprovada a fama de santidade do indicado, os autos são encaminhados a Roma.
Cabe ao papa proclamar solenemente o novo "beato". No processo, são
exigidas provas da realização de pelo menos dois milagres por sua intercessão.
Cumpridas todas as etapas do processo, o papa invoca publicamente a ajuda
divina e a canonização é celebrada. Posteriormente, é marcado um dia para
celebrar a memória do santo.
Paz e Bem!
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