domingo, 31 de março de 2013

Sem Lar

                                                                  Lar

 
 
A bem-aventurança nunca tem lar, é uma errante.

A felicidade tem um lar, a infelicidade também tem um lar, mas a bem-aventurança, não.

 
 
 
Ela é como uma nuvem branca, sem raízes em lugar algum.

No momento em que você cria raízes, a bem-aventurança desaparece e você começa a se apegar à terra.

 
 
 
Lar significa segurança, garantia conforto, conveniência.

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
E, finalmente, se todas essas coisas forem reduzidas a um só, lar significa morte.

 
 
 
 
Quanto mais vivo você estiver, menos lar terá.

Este é o significado básico de ser um buscador: viver a vida em perigo, viver a vida em insegurança.

 
 
Viver a vida sem saber o que virá em seguida, permanecer sempre disponível e capaz de se surpreender.

 
 
 
 
Se você puder ficar surpreso, estará vivo.

 
 
 
Maravilhar-se ( wonder, em inglês ) e peregrinar(wander, em inglês) vêm da mesma raiz.
 
 
 
 
Uma mente fixa passa a ser incapaz de maravilhar-se, porque ela passou a ser incapaz de peregrinar.

 
 
Assim, seja um peregrino, como uma nuvem, e cada momento traz infinitas surpresas.

Permaneça sem lar. Sem lar não significa não viver em uma casa;

Significa simplesmente nunca ficar apegado a coisa alguma.

Mesmo se você viver em um palácio, nunca se apegue.

 
 
Se chegar o momento de partir, siga em frente sem olhar para trás.

Nada o “prende; você usa tudo, desfruta tudo, mas permanece o senhor”.

Osho

sábado, 30 de março de 2013

Busque lá no seu interior!


                            Enquanto não descobrem de onde vem a consciência
                                   Entre em contato com a criança que existe em você!

 

 
"A imagem da criança representa a mais poderosa e inelutável ânsia em cada ser humano, ou seja, a ânsia de realizar a si próprio".

Jung

 

Geralmente, lembramos-nos de todas as crianças que estão à nossa volta: filhos, primos, netos, sobrinhos, vizinhos, filhos de amigos, mas, provavelmente nos esquecemos da principal: nossa criança interior. É isso mesmo, existe dentro de cada um de nós uma criança de 3, 4 ou 7 anos precisando muito de nós.

 
Embora isso possa parecer estranho, é muito importante esse reencontro para nosso crescimento emocional, pois através do contato com nossa criança podemos curar muitas de nossas feridas e compreender muitos de nossos conflitos.

 

A criança interior representa a nossa totalidade psíquica, a parte genuína que vamos perdendo quando adultos. Ela está presente em nossos sonhos, fantasias, desejos, imaginações, intuições, em nossa capacidade de brincar, imaginar, criar e principalmente, na sensibilidade. Para cuidarmos dela é preciso reconhecer sua presença e perceber suas necessidades.

 

Ao estabelecer contato com sua criança interior, sem dúvida irá conseguir libertar muitas emoções que estão presas em você desde a infância.

 

Em alguns momentos, esse encontro pode ser muito doloroso, pois não é fácil recordar o que nos fez sofrer, mas ao mesmo tempo é libertador lamentar com ela suas dores reprimidas, deixá-la chorar livremente e principalmente descobrir que não é verdade o que nos fizeram acreditar sobre quem somos. Mas é possível transformar toda a dor ao reencontrar com essa criança que está dentro de você e que apenas espera por seu amor.

 

Em nossa criança interior, tanto os momentos bons como ruins estão gravados. O objetivo de reencontrar essa criança é resgatar o que houve de bom e elaborar o que houve de ruim. Quando perdemos a conexão com nossa criança, nos sentimos abandonados, sozinhos, mesmo quando acompanhados, ou ainda, nos tornamos duros, inflexíveis, frios, agressivos.

A criança interior abandonada nos torna adulto com medo de errar, sempre buscando aprovação, reconhecimento, enfim, sempre buscando amor.

 Quando choramos, é nossa criança abandonada chorando.

O modo como foi tratado quando crianças é o modo como nos trataremos pelo resto da vida e o modo como muitos ainda tratam seus filhos.

 

Inconscientemente, transformamos nossa vida numa eterna corrida, buscando desesperadamente encontrar o que julgamos não termos recebidos, e tentando resgatar depois de adultos, ainda que muitas vezes de forma destrutiva, aquilo que acreditamos não ter tido quando crianças. Mas isso pode mudar ao reencontrar sua criança interior abandonada e perdida.

 

Todos aqueles que têm uma relação negativa com a figura de pai e/ou mãe podem ter essa origem na infância, quando registraram que não receberam atenção e afeto suficiente quando crianças. Quando adultos, continuam sentindo-se indignos de amor, e por isso, punem-se, mantendo relações destrutivas ou ainda, repetindo os padrões que ficaram registrados.

 

Outras pessoas deixam-se influenciar por toda a vida por frases como "criança não dá palpite" ou "criança não sabe o que diz"; e mesmo depois de adultas, omitem suas opiniões e continuam a achar que suas idéias não têm qualquer valor.

 
Outras ainda passam o tempo inteiro pedindo desculpas por existirem, como se fossem incapazes de parar de ouvir aquela frase ouvida na infância: "É tudo culpa sua".

 
Em geral, levamos dentro de nós uma imagem da infância ideal, aquela em que o acolhimento e demonstrações de amor foram perfeitos. Essa imagem muitas vezes poderá ser projetada nos outros e lamentando por um ideal, idealizamos relacionamentos e aumentamos nossa solidão e dor.

 

A criança só pode expressar seus sentimentos quando existe alguém que os possa aceitar completamente, sem críticas, julgamentos, comparações, entendendo-a e dando-lhe apoio. O que raramente tivemos. Quando a criança não sente permissão para expressar sentimentos, sejam estes quais forem ela aprende que seus sentimentos não importam não se sentindo valorizada, amparada, amada.

 

A criança pensa que para satisfazer suas necessidades não deve demonstrar que tem necessidades, reprimindo assim seus sentimentos mais puros e com isso uma parte de seu verdadeiro eu.

 


Para curar nossas emoções reprimidas, temos de sair do esconderijo, enfrentar as defesas, as máscaras e confiar em alguém. Sua criança ferida precisa também de um aliado que não a envergonhe e que apoie para testemunhar o abandono, a negligência, o abuso e a confusão. Para curar suas feridas é necessário que reconheça sua dor. Você não pode curar o que não pode sentir!

 

Quando você experimenta o antigo sentimento e fica ao lado da sua criança interior, o trabalho de cura ocorre naturalmente. Se quiser, poderá escrever. Escreva como se fosse essa criança. O que ela pediria? O que diria? Escreva tudo que vier em sua mente, sem julgamentos. Depois leia o que ela pede e procure atendê-la. Lembre-se que as carências que sente hoje podem ser resultado da falta de amor e compreensão que não recebeu quando era criança. Cabe a você dar isso a ela hoje, dando-lhe muito carinho e compreensão que necessita, em lugar de esperar que os outros façam isso por você.

 
Quando criança talvez não pudesse modificar ou entender a realidade, mas agora, adultos, podemos e devemos nos tornar responsáveis por essa criança, como se fôssemos nosso próprio pai e mãe.

 


Como tem se tratado? Com compreensão, amor? Quando vai ouvir a você mesmo? É esperado que você tivesse autoconfiança suficiente para ser o aliado da sua criança interior no trabalho com a dor. Você pode não confiar absolutamente em ninguém, mas você pode confiar em si mesmo. De todas as pessoas que você conhece na vida, você é a única a quem nunca vai abandonar e a única que nunca vai perder.


Entre em contato com sua criança. Converse sempre com sua criança e procure agradá-la. Lembre-se do que gostava de comer na infância ou o que gostaria de comer hoje caso fosse criança.

 

Vá comprar e delicie-se. Do que você gostava de brincar? Lembre-se de algumas brincadeiras e não se acanhe, vá brincar! Que tal se deixar rolar na grama? Melhor ainda se for junto com aquela pessoa especial que você ama. Ou ainda, fazer aquela pipa e sair para empinar. Relembre, invente!

 

O importante é você se permitir ficar mais relaxado e muito mais alegre. Você logo irá perceber a diferença dentro de você. O reencontro com a criança interior cura muitas doenças, feridas emocionais, diminui o estresse, pois te permite brincar, relaxar, enfim, te traz de volta à vida!

É importante lembrar que a necessidade desse encontro com a criança interior faz parte de a jornada de todo ser humano que está em busca de crescimento.

 

 
 
Na realidade, o processo desse reencontro é a busca de si mesmo, de seu self, de seu verdadeiro "eu".

 
Para encontrar essa criança abandonada o mais indicado é através do processo analítico, ou seja, da psicoterapia com base no inconsciente, amparando essa criança e compreendendo seus sentimentos, pois a cura só acontece quando lamentamos nossos sentimentos mais íntimos. Caso tenha dificuldade em fazer esse processo sozinho, busque a indicação de um profissional que trabalhe com essa abordagem.

 

Pense nas maneiras que poderá usar para entrar em contato com sua criança interior. Faça uma lista com 10 maneiras de se divertir. Que tal algumas atividades bem "infantis"? Você pode ir a um parque de diversões, no circo, desenhar com lápis de cor, enfim, escolha suas próprias brincadeiras.

 

Feita a lista, procure se envolver em pelo menos algumas atividades toda semana. Espero que você descubra muitas maneiras de se divertir! Sua criança agradece!
 
 
E lembre-se do escreveu Jean Paul Sartre:

 

"Não importa o que fizeram com nós,

o que importa é aquilo que fazemos

com o que fizeram de nós".

Rosemeire Zago

 

sexta-feira, 29 de março de 2013

Lenda Urbana


O mito do uso de 10% do cérebro é uma lenda urbana que afirma que só se utiliza um décimo da capacidade do cérebro, de modo que grande parte dele é inativa.

Segundo a crença popular, se todo o cérebro fosse utilizado, o indivíduo desfrutaria de habilidades sobre-humanas. Alguns argumentam que a porção inativa do cérebro esconde funções psicocinéticas e psíquicas em geral além de a possibilidade de percepção extra-sensorial.

 Afirma-se que algumas pessoas de QI muito elevado usariam mais do que 10% do cérebro, tal ideia é muitas vezes atribuída a Albert Einstein e Margaret Mead. Portanto, sugere-se que a inteligência de uma pessoa está ligada à porcentagem do cérebro que ela utiliza.

Embora a capacidade intelectual do indivíduo possa aumentar ao longo do tempo, a crença de que grande parte do cérebro é inutilizado e, essencialmente, só se faz uso de 10% do seu potencial efetivo não tem base científica e é desmentida pela comunidade científica.

Embora ainda não se conheça o funcionamento de todo o cérebro, já se sabe que todas as suas regiões são ativas e que têm funções determinadas.

De acordo com uma história de origem semelhante, o mito dos 10% mais provavelmente surgiu de um mal-entendido ou de uma deturpação de pesquisas neurológicas do final do século IX e do início do século XX.

Por exemplo, as funções de muitas das regiões do cérebro (especialmente do córtex) são complexas o suficiente para que efeitos de danos sejam notados, levando cedo os neurologistas a conhecer o que essas regiões faziam. Também foi descoberto que o cérebro consiste principalmente de células gliais, que pareciam ter várias funções secundárias.

O Dr. James W. Kalat, autor do livro-texto Biological Psychology, salienta que os neurocientistas da década de 1930 sabiam do grande número de neurônios "locais" no cérebro e que a má compreensão da função desses neurônios poderia ter levado ao mito dos 10%.

 De fato, é fácil imaginar que o mito foi propagado simplesmente por um truncamento da declaração de que "os humanos usam 10% de seus cérebros em qualquer momento".

Embora as partes do cérebro tenham amplo entendimento de suas funções, muitos mistérios sobre como as células do cérebro funcionam juntas para produzir comportamentos complexos permanecem.

Talvez a maior questão seja como as diversas partes do cérebro colaboram para formar experiências conscientes. Até agora, não existem evidências de que existe um local onde está a consciência, o que leva os especialistas a acreditar que ela é verdadeiramente um esforço neural coletivo.

 Portanto, como a ideia de James de que os humanos tem um potencial cognitivo inexplorado, também é certo dizer que uma grande porção de questões sobre o cérebro ainda não foram completamente respondidas.

Se existem muitos métodos para o desenvolvimento dele, será que já não chegamos a uma maior capacidade?

                                                        Vamos aguardar!