

O Novo Testamento: A partir de 100 d.C. a tradição fariseu-rabínica passou a dominar no judaísmo e desenvolveu-se um método de auxílio na transmissão do texto, inclusive a correta vocalização. Os estudiosos que trabalharam para manter a originalidade do texto, especialmente com o declínio do hebraico como língua falada, eram chamados de massoretas e terminaram por elaborar um texto que passou a ganhar autoridade oficial entre os séculos VII e X, chamado de texto masorético. Oriundos dessa tradição existem dois manuscritos importantes que baseiam as edições críticas do texto atual: O Codex Leningradensis e o Codex Aleppo.
Os 27 livros do Novo Testamento foram escritos em diversos lugares e por autores diferentes que classificaram seus Escritos como inspirados, ao lado dos Escritos do Antigo Testamento. Entretanto,ao contrário do Antigo Testamento, o Novo foi produzido em um curto espaço de tempo, durante menos de um século. Esses livros eram respeitados, colecionados e circulavam na igreja primitiva como Escrituras Sagradas. O fato desses livros terem sido lidos, citados, colecionados, e passados de mão em mão dentro das igreja do início do cristianismo, assegura que a Igreja Primitiva tinham eles como proféticos ou divinamente inspirados desde o começoA divisão do Novo Testamento em seções e versículos é atribuída a Amônio de Alexandria, do século III, e à Eutálio de Alexandria , no século V d.C., que continuou o trabalho de Amônio.
Evangelhos

• Evangelho de Mateus - atribuído ao apóstolo Mateus. Este evangelho começa com a genealogia de Jesus e a história do seu nascimento. Termina com o comissionamento dos discípulos por Jesus depois de ressuscitado. O principal objetivo do evangelho de Mateus é mostrar para os judeus que Jesus era o Messias. Apesar dos vários debates sobre sua datação, ele provavelmente foi escrito depois da morte de Jesus (31dc) entre os anos 50-65dc. Era considerado o manifesto da igreja de Jerusalém e, por conseguinte, o documento fundamental do início da fé cristã;
• Evangelho de Marcos - atribuído a Marcos, o Evangelista. Marcos não era um dos doze apóstolos de Jesus, mas foi um dos ajudantes de Paulo e depois de Pedro.[20] Segundo os pais da igreja, o evangelho de Marcos foi escrito com base no ensino do apóstolo Pedro, depois de uma palestra feita em Roma para os pagãos por volta do ano 65 dc. Este evangelho começa com a pregação de João Batista e o batismo de Jesus. Alguns manuscritos antigos não trazem os versículos 9-20 do último capítulo; outros manuscritos apresentam finais diferentes.
• Evangelho de Lucas - atribuído a Lucas, que também não foi um dos doze apóstolos, mas é mencionado no Novo Testamento como companheiro do apóstolo Paulo (II Timóteo 4:11) e médico (Colossenses 4:14). O autor não foi testemunha ocular das coisas que registrou, mas fez uma minuciosa investigação com essas pessoas que presenciaram os fatos contidos nesse evangelho (Lucas 1:1-4). Ele é dirigido para alguém chamado Teófilo, que até hoje é desconhecido. Este evangelho começa com histórias paralelas do nascimento e da infância de João Batista e Jesus e termina com as aparições de Jesus ressuscitado e sua ascensão ao céu. Seu objetivos era contar a história de Cristo a partir dessas testemunhas oculares. Foi escrito provavelmente no ano 63dc.
• Evangelho de João - atribuído ao apóstolo João, filho de Zebedeu. Este evangelho começa com um prólogo filosófico e termina com as aparições de Jesus ressuscitado. Foi escrito no final do século I e tinha como objetivo complementar de diversas maneiras o registro que tinha sido fornecido sobre a história de Jesus pelos outros três evangelistas.

Já o Evangelho de João: é estruturado de forma diferente dos evangelhos sinóticos e inclui histórias de vários milagres e palavras de Jesus que não são encontradas nos outros três evangelhos. Esses quatro evangelhos foram unanimemente aceitos como parte do Cânon Sagrado do Novo Testamento. Porém, eles foram apenas alguns entre os muitos outros evangelhos cristãos. A existência de tais textos é mencionada no início do Evangelho de Lucas (Lc 1:1-4). Outros evangelhos, como os chamados "evangelhos judaico-cristão" ou o Evangelho de Tomé, oferecem uma precisa ajuda para entender o contexto do cristianismo primitivo. Além disso, esses outros evangelhos que não foram incluídos no Cânon sagrado podem fornecer alguma ajuda na reconstrução do Jesus histórico.
• Atos dos Apóstolos - É a continuação do Evangelho de Lucas (At 1.1 e 2) e conta a história de como a mensagem cristã foi anunciada em Jerusalém, Samaria e as demais regiões do Império Romano (At 1.8). Nesse livro, destacam-se duas pessoas: Paulo e Pedro. Pedro dirige o trabalho cristão em Jerusalém, Samaria (At 1.12 – 8.25), Lida, Jope e Cesaréia Palestina (At 9.32-11.18). Esse livro também trata da conversão do apóstolo Paulo (At 9) e de suas viagens missionárias pelo Império Romano (At 13-28). Examinando o estilo, a fraseologia e outras evidências internas, a maioria dos estudiosos atribui a Lucas a autoria desse evangelho. Ele foi escrito provavelmente antes da morte do apostolo Paulo por Nero, por volta de 67-68 dc. Isso porque esse livro não cita a morte de Paulo, fato que seria muito relevante para a história cristã antiga.
Epístolas Paulinas
As epístolas paulinas (ou Corpus Paulinum) são cartas escritas pelo apóstolo Paulo. Essas epístolas tratam de pontos teológicos importantes para o desenvolvimento da doutrina cristã no cristianismo primitivo. Geralmente, essas epístolas foram escritas tanto para indivíduos, quanto para as primeiras comunidades cristãs.
Nenhum comentário:
Postar um comentário