domingo, 1 de dezembro de 2013

Autoimagem


A PSICOLOGIA DA AUTO-IMAGEM
 
Sucesso verdadeiro e verdadeira felicidade devem caminhar juntos e dependem um do outro. O homem jamais será feliz a menos que esteja agindo de acordo com seus ideais interiores. Ele é um lutador. É uma luta criadora, por um objetivo importante, que seja resultado de um sentimento íntimo, de uma necessidade a mais profunda, de talentos e aspirações sinceras, só poderá obter êxito e trazer sucesso se o homem estiver agindo exatamente como deve.

Atire-se um homem no fundo de uma piscina e ele poderá aprender a nadar. Mas a mesma experiência poderá fazer com que ele se afogue. O resultado da experiência vai depender do professor. Assim, no nosso caso o professor somos nós mesmos. Só aprendemos a nos conduzir bem se obtivermos êxito. Para isso, é necessário conhecermos o conceito de autoimagem.

Há dois velhos conceitos que dizem: um, que "o hábito faz o monge"; o outro, que "o homem vale pelo que é". O conceito da autoimagem está dentro dos dois axiomas.

A autoimagem é a chave da personalidade e da conduta humana. Ela determina as fronteiras da capacidade individual. Define o que se deve e o que se não deve fazer.

O desenvolvimento de uma autoimagem adequada e realista, sem pruridos fantasiosos, imbuirá o indivíduo de capacidades novas, de talentos até então obscurecidos, e transformará o que até então havia sido falha e erro.

Mas que vem a ser autoimagem? Estudos realizados através de anos de pesquisa, levaram os psicólogos à conclusão de que existem personalidades positivas -  "personalidades de sucesso" - voltadas para a alegria, para o êxito - e  personalidades negativas - "personalidade de derrota" - voltadas para a tristeza e para o fracasso. As personalidades ou são saudáveis ou são doentias.

A psicologia da autoimagem esclarece fenômenos conhecidos há muito, mas não completamente percebidos no seu real valor. A psicologia da autoimagem explica fenômenos que existem. Explica o mecanismo do pensamento positivo e porque esse mecanismo funciona em umas pessoas e falha em outras. Ela dá nova dimensão ao poder do pensamento positivo. Mas o pensamento positivo só produz resultados quando é coerente com a autoimagem. Expandir a autoimagem é expandir a área do possível.

Para que entendamos a psicologia da autoimagem, precisamos conhecer alguma coisa do mecanismo empregado para esse fim. Experiências científicas diversas vêm mostrando que o cérebro humano e o sistema nervoso central operam de acordo com os princípios da Cibernética toda vez que um indivíduo luta para alcançar um objetivo. Eles funcionam como um "sistema" de guias, que podem levar ao êxito ou ao fracasso, conforme o uso que o indivíduo faz desse sistema.

Ciência que ressuscitou a teleologia como um conceito respeitável, a cibernética resultou e cresceu do trabalho de físicos e matemáticos, ao verificarem que a cibernética, como a teleologia, constitui uma conduta utilizada em sistemas mecânicos, orientada para um fim determinado. A cibernética explica "o que acontece" e "o que é necessário" na conduta proposital das máquinas. Entretanto, a psicologia, com todo o seu conhecimento da psique não tinha uma resposta satisfatória ao fato, por exemplo, do ser humano poder apanhar um cigarro na mesa e  levá-lo à boca. A psicologia não explica como se dava essa orientação para aquele determinado fim, que era colocar o cigarro na boca. A cibernética tornou possível dar novas cores à psicologia.

A ciência que começará com o estudo das máquinas e dos princípios mecânicos vai além, ao restaurar a dignidade do homem como um único e criador ser humano. A cibernética não nos diz que o homem é uma máquina, mas nos ensina que o homem tem uma máquina e que deve saber usá-la.

A autoimagem é mudada pra melhor ou para pior não apenas pelo conhecimento intelectualizado, mas principalmente por experiências vividas.

Nossa noção de autoconfiança, e equilíbrio ou insegurança, é mais um resultado daquilo que significarem nossas experiências do que aquilo que aprendemos intelectualmente. Se pudermos desenvolver nossa autoimagem através de experiências vividas no passado, podemos também mudá-la pelo mesmo processo. É a psicologia experimental que nos autoriza usar as experiências e a mudar a autoimagem. O êxito em nossas experiências nos ensina a nos conduzir bem, ela forma uma memória de sucessos ou fracassos que nos conduz com eficiência. A memória de sucesso ou fracasso atua como uma informação e nos dá a autoconfiança ou a insegurança. É claro que não podemos agir com segurança se temos somente fracassos para lembrar. Entretanto, assim como podemos mudar nossa face física por meio de uma operação plástica, também podemos mudar nossa face mental através de modificações de nossa autoimagem. Isto explica porque as pessoas que reclamam não melhoram nunca. Psicólogos experimentais provaram que o sistema nervoso não estabelece diferença entre a experiência real e a imaginada. Também podem ser usados esses processos para aprimorar a técnica oratória, vencer o medo do dentista, ter sucesso na vida social ou melhorar qualquer outro tipo de atividade onde a experiência passada é um fator preponderante para se obter êxito.

Falando em termos de personalidade, a transformação da autoimagem pode ser comparada a uma cirurgia plástica facial. O cirurgião plástico deve ter a intuição de que ao mudar uma face, ele também muda alguma coisa na psique do indivíduo. Quando o cirurgião muda a face de uma pessoa tem a consciência de que, em geral, muda também seu futuro, isso equivale a mudar sua personalidade, seu comportamento, e às vezes, até, seus talentos e habilidades. E, não alterar simplesmente a face; as incisões que faz não ficam só na superfície da pele - vão até o fundo da psique.

A experiência no campo da cirurgia plástica provou que uma nova porta havia sido aberta na vida de muita gente. Entretanto alguns indivíduos não mostraram mudança na personalidade após uma intervenção. A estatística vem demonstrado, na maioria dos casos, que o indivíduo que apresentava defeitos muito pronunciados, após a  cirurgia, ganhava de imediato a autoconfiança que antes não tinha. Mas havia casos em que o paciente persistia se sentindo "diferente" e com os mesmos complexos de inferioridade. Chegou-se assim à conclusão de que a mera reconstrução da imagem física não era a chave real para a mudança de uma personalidade. E era quando esse "algo mais" se construía que o indivíduo mudava também sua face interior. Então, essa face não física é a verdadeira face da personalidade. É ela a chave real para a mudança de comportamento. Dependendo dessa face interior, não física, o indivíduo age, não importa a mudança que se faça na sua face exterior, física. Se a personalidade se modifica, se a face interior é feia, inferiorizada, se as cicatrizes emocionais são grandes, o indivíduo agirá de acordo com elas, não importa que reconstrução cirúrgica se faça na face exterior. Mas se as cicatrizes emocionais puderem ser removidas, se a face "não física" da personalidade pode ser reconstruída o indivíduo mudará mesmo sem cirurgia.

Nenhum comentário:

Postar um comentário