sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

Nossos problemas começam na infância?


 



Segundo a Psicologia oficial, herdeira da Igreja Católica, por sua concepção não reencarnacionista, sim. Mas o que pensam as pessoas que acreditam na reencarnação?

É um sério obstáculo à cura, as pessoas atribuírem seus sofrimentos e características negativas de personalidade aos fatos de sua infância e às situações no decorrer da vida. O que nunca se pensa é justamente o que estou colocando aqui, do porquê de se reagir de um certo modo a essas vivências.

Os pacientes depressivos atribuem a sua depressão aos eventos tristes de sua vida desde a infância, mas não pensam por que reagiram/reagem com depressão a esses fatos. Preferem culpar alguém, vitimizar-se, buscar explicações e justificativas para o fato de serem depressivos.

A explicação é simples: eles reagem com negativamente porque reencarnaram com uma tendência a reagir com depressão às dificuldades e aos obstáculos da vida terrena. E o que precisam entender é que isso é justamente a sua meta pré-reencarnatória, a sua Missão, e as situações aparentemente dificultosas e obstaculizantes irão se suceder em sua vida até que eles curem essa tendência.

Mas foram seus pais ou marido, ou situação financeira, etc., que geraram a depressão? Não, essa tendência já estava lá, ao reencarnar, na sua Personalidade Congênita. Então, precisam mudar essa inclinação que vêm trazendo há muitas encarnações e entender que as pessoas ou situações que as fizeram/fazem manifestar-se não são maléficas para a sua evolução; pelo contrário, estão lhes mostrando o que vieram curar em si. São potencialmente benéficas, mas parecem prejudiciais. Depende de quem analisa o fato, se o seu Eu Superior ou o seu Eu temporário.

Muitos pacientes referem medo, baixa auto-estima, falta de confiança, etc., e costumam atribuir essas características a fatos de sua infância e/ou situações da vida. O raciocínio é o mesmo: por que reagiram/reagem com medo e insegurança ante esses fatos? Por que não reagiram/reagem com agressividade e rebeldia, por exemplo? Porque trazem medo e não raiva, insegurança e não rebeldia, e é o que devem curar em si.

E por que seu irmão ou sua irmã não reagiram assim? Porque têm uma personalidade diferente. E por que têm uma personalidade diferente? Porque somos Espíritos e a nossa personalidade é congênita.

O psicoterapeuta reencarnacionista deve lembrar aos seus pacientes que somos Espíritos.

Alguns pacientes afirmam-se muito egoístas e atribuem isso ao fato de terem nascido em famílias muito pobres. Outros atribuem isso a terem nascido em famílias muito ricas. Será verdade?

O mais provável é que tenham desencarnado e novamente reencarnado com o egoísmo impregnado em si e, se têm a coragem de reconhecer esse fato, já sabem o que devem curar.

Os tímidos vieram curar sua timidez; os medrosos, o seu medo; os raivosos, a sua raiva; os ciumentos, o seu ciúme; os invejosos, a sua inveja; os materialistas, o seu materialismo; os egocêntricos, o seu egocentrismo; os desconfiados, a sua desconfiança; os deprimidos, a sua depressão e assim por diante. Devem entender que já nasceram com essas tendências e que os fatos da sua infância e os do decorrer da vida são fatores reveladores - e não causadores - dessas inferioridades que devem eliminar.

Nós desencarnamos e reencarnamos do mesmo modo, com os mesmos sentimentos e pensamentos e, portanto, com a mesma tendência a agir e reagir perante os fatos da vida terrena. A passagem aqui pela Terra, que é o Astral Inferior, tem a finalidade de nos mostrar nossas inferioridades e, então, tudo o que acontece ou o que "nos fazem" são elementos reveladores dessas características que viemos curar, para nos libertarmos delas, através da mudança de postura. Não devemos culpar ninguém que nos ajude a detectá-las, pelo contrário, devemos agradecer, pois estão atuando a nosso favor.

Esse raciocínio é feito no período interencarnações nas conversas entre os desencarnados que fracassaram (a imensa maioria dos que voltam para lá) e os Orientadores. Devemos aplicar esse mesmo raciocínio enquanto estamos aqui encarnados, a fim de pouparmos sofrimentos e acelerarmos nossa evolução.

Por que deixar para depois o que podemos fazer agora? Curar agora para não levar a tendência para a próxima encarnação.

A Psicoterapia Reencarnacionista é parecida com a psicoterapia aplicada no Plano Astral quando lá estamos desencarnados.

Quando estamos no Astral Superior é como quando estamos em nosso Centro Espírita, parecemos todos “santos”, somos pacienciosos, carinhosos e caridosos, os nossos defeitos “desaparecem”; mas quando voltamos para nossa vida cotidiana, aí as nossas características negativas de personalidade voltam a manifestar-se.

Podemos raciocinar do mesmo modo para entendermos porque viemos do Plano Astral para cá, de um lugar "melhor", mais evoluído, para um lugar "pior", menos evoluído. Quando estamos lá, devido ao estilo de vida, baseado na igualdade e na fraternidade, nós parecemos “santos” pois os nossos defeitos não aparecem, permanecem latentes, mas quando estamos aqui, aí sim, pelas condições socioculturais vigentes, eles vêm à tona e nós nos confrontamos com o que precisamos curar.

Então, é fácil perceber que viemos para um Plano Inferior para que as nossas inferioridades venham à tona e possamos nos purificar delas. E o principal trabalho é, então, saber exatamente o que precisamos curar em nosso Espírito, as nossas imperfeições e detectarmos quando elas se manifestam.

Mas aí surge um problema que já comentei antes: a maioria de nós acredita que tem razões suficientes para sentir ou manifestar as suas negatividades. Quem tem raiva de alguém, acredita que tem razão de ter essa raiva; quem sente mágoa e ressentimento, acredita que são plenamente justificados esses sentimentos; quem é medroso, acredita realmente na força do seu medo; quem é tímido, acredita plenamente em sua incapacidade de manifestar-se; quem é orgulhoso, vaidoso, egocêntrico, acredita realmente em sua superioridade; quem é materialista, acredita firmemente no valor das coisas materiais, e assim por diante.

O maior obstáculo à evolução é que o Espírito encarnado sempre acredita que tem razão em seus raciocínios!

 A Psicologia tradicional diz que nós começamos nessa vida, isso quer dizer que nascemos puros, éramos perfeitos... E vai procurar, então, lá no "início", quem ou o que nos estragou...

Ela parte de uma base equivocada, que é um início que de fato não é início, pois não começamos nossa vida na infância. Nós somos um Espírito e estamos continuando nessa existência uma jornada iniciada há muitíssimo tempo... Tanto tempo que nosso Inconsciente até adentra o reino animal, o vegetal e o mineral!

No dia em que a Psicologia incorporar a reencarnação, ela começará realmente a entender o ser humano e descobrirá que a infância é uma continuação e não um começo.

por Mauro Kwitko

 

 

Nenhum comentário:

Postar um comentário