SENTIMENTO TEM CHEIRO, COR E MÚSICA
Quantas vezes estamos tão felizes que perguntamos a quem está próximo se não sente um aroma agradável no ambiente?
Respiramos o ar com mais intensidade, buscando localizar flores próximas; cheiramos até as pessoas a fim de obtermos uma resposta para aquela sensação. Tentamos identificar de onde vem aquele perfume e não conseguimos encontrar a sua origem. É o cheiro do bem-estar, o perfume da alegria.
Lembro-me de algumas imagens que, associadas aos sentimentos, identificam, através de cores, perfumes ou sons, momentos que marcaram a minha vida.
A primeira figura é a luz do sol da manhã que entrava pela porta lateral de uma igreja. Era um Domingo de Páscoa. O colorido e o perfume das flores que enfeitavam o ambiente tornavam aquele dia ainda mais especial. Entretanto, minha atenção foi desviada pela luz matinal que invadia o recinto por aquela porta. Era uma luminosidade diferente, peculiar: era mais clara, mais intensa, mais vívida, mais brilhante e dominou meus sentimentos. Deixei-me levar pela tonalidade única daquela luz... Ali estava a cor da Páscoa, para mim. Aquele brilho maravilhoso dos raios do sol que anunciavam um novo dia, uma renovação com o amanhecer é o meu sentimento de Páscoa até hoje.
A segunda imagem é o branco intenso do glacê de limão cobrindo um bolo, no Dia das Mães, onde foi colocada, como única decoração, uma grande, linda e perfumada “rosa-da-França”.
O amor de mãe tem esse cheiro de raspas de limão verde mesclado com o perfume intenso daquela rosa, aliado à cor branca da pureza do glacê em combinação perfeita com a rosa “Pink” do bolo.
Lembro-me desse momento nas comemorações de dias especiais em família. Esse foi o presente que recebi em recompensa pelo esforço de demonstrar meu carinho adolescente a minha mãe, mesmo sem qualquer prática de cozinha, antes que ela retornasse da Igreja.
A música me transporta para um mundo mágico de sentimentos intensos, na maioria agradáveis.
O som das orquestras, com seus diversos instrumentos em uma perfeita integração e sintonia, faz com que eu me sinta personagem de filmes românticos, deslizando em valsas e boleros pelos salões espaçosos e bem decorados. “Imagine”, de John Lennon, tem doçura e paz de noites de serenatas, de luau, de reunião de amigos a beira-mar, com o som das ondas e um céu claro com muitas estrelas. “Detalhes”, de Roberto Carlos, é a representação da imortalidade de todos os sentimentos gratificantes que não desejamos descartar. A música “Ave Maria”, especialmente a composta por Bach-Gounot, ou a por Schubert, é a imagem perfeita do silêncio e da meditação no final da tarde, do colorido especial do pôr-do-sol, de um sentimento de união de corações em agradecimento.
Na contramão das boas percepções, são inúmeras as vezes que rememoramos algum fato e ele nos traz lembranças tristes e cinzentas. Dá-nos a impressão de que há um odor no ar de água envelhecida em jarro de flores; um cheiro enjoativo e desagradável. O colorido do céu, das plantas e da luz do sol adquire matizes desbotados, indefinidos. Em nossa mente os tons se apresentam numa escala sem luminosidade, de cinzento, verde-musgo, violeta, marrom ou sombreado. A sensação é de cheiro de fumaça no ar impedindo de respirarmos profundamente; tudo combina com a angústia que as músicas de um filme de suspense despertam.
Somos, por felicidade, esta reunião de sentimentos que se transformam numa linda aquarela de onde emanam as cores, a música e os aromas da nossa alma.
Dalva da Trindade S Oliveira
Respiramos o ar com mais intensidade, buscando localizar flores próximas; cheiramos até as pessoas a fim de obtermos uma resposta para aquela sensação. Tentamos identificar de onde vem aquele perfume e não conseguimos encontrar a sua origem. É o cheiro do bem-estar, o perfume da alegria.
Lembro-me de algumas imagens que, associadas aos sentimentos, identificam, através de cores, perfumes ou sons, momentos que marcaram a minha vida.
A primeira figura é a luz do sol da manhã que entrava pela porta lateral de uma igreja. Era um Domingo de Páscoa. O colorido e o perfume das flores que enfeitavam o ambiente tornavam aquele dia ainda mais especial. Entretanto, minha atenção foi desviada pela luz matinal que invadia o recinto por aquela porta. Era uma luminosidade diferente, peculiar: era mais clara, mais intensa, mais vívida, mais brilhante e dominou meus sentimentos. Deixei-me levar pela tonalidade única daquela luz... Ali estava a cor da Páscoa, para mim. Aquele brilho maravilhoso dos raios do sol que anunciavam um novo dia, uma renovação com o amanhecer é o meu sentimento de Páscoa até hoje.
A segunda imagem é o branco intenso do glacê de limão cobrindo um bolo, no Dia das Mães, onde foi colocada, como única decoração, uma grande, linda e perfumada “rosa-da-França”.
O amor de mãe tem esse cheiro de raspas de limão verde mesclado com o perfume intenso daquela rosa, aliado à cor branca da pureza do glacê em combinação perfeita com a rosa “Pink” do bolo.
Lembro-me desse momento nas comemorações de dias especiais em família. Esse foi o presente que recebi em recompensa pelo esforço de demonstrar meu carinho adolescente a minha mãe, mesmo sem qualquer prática de cozinha, antes que ela retornasse da Igreja.
A música me transporta para um mundo mágico de sentimentos intensos, na maioria agradáveis.
O som das orquestras, com seus diversos instrumentos em uma perfeita integração e sintonia, faz com que eu me sinta personagem de filmes românticos, deslizando em valsas e boleros pelos salões espaçosos e bem decorados. “Imagine”, de John Lennon, tem doçura e paz de noites de serenatas, de luau, de reunião de amigos a beira-mar, com o som das ondas e um céu claro com muitas estrelas. “Detalhes”, de Roberto Carlos, é a representação da imortalidade de todos os sentimentos gratificantes que não desejamos descartar. A música “Ave Maria”, especialmente a composta por Bach-Gounot, ou a por Schubert, é a imagem perfeita do silêncio e da meditação no final da tarde, do colorido especial do pôr-do-sol, de um sentimento de união de corações em agradecimento.
Na contramão das boas percepções, são inúmeras as vezes que rememoramos algum fato e ele nos traz lembranças tristes e cinzentas. Dá-nos a impressão de que há um odor no ar de água envelhecida em jarro de flores; um cheiro enjoativo e desagradável. O colorido do céu, das plantas e da luz do sol adquire matizes desbotados, indefinidos. Em nossa mente os tons se apresentam numa escala sem luminosidade, de cinzento, verde-musgo, violeta, marrom ou sombreado. A sensação é de cheiro de fumaça no ar impedindo de respirarmos profundamente; tudo combina com a angústia que as músicas de um filme de suspense despertam.
Somos, por felicidade, esta reunião de sentimentos que se transformam numa linda aquarela de onde emanam as cores, a música e os aromas da nossa alma.
Dalva da Trindade S Oliveira
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