Todo mundo já ouviu falar nas histórias de
pessoas que vão acumulando objetos, animais e até lixo dentro de casa, mas será
que você saberia identificar algum amigo ou parente com a doença?
Pois é! Os acumuladores compulsivos acabam
se afastando e se isolando por causa do problema, o que torna mais difícil
ainda conseguir ajuda. A maioria dos pacientes tem medo de revelar o drama
pessoal, mas a verdade é que muitos nem têm consciência da real dimensão do
problema. A psiquiatra Vera Garcia da Silva esclareceu as principais
dúvidas sobre a doença:
O que é a acumulação compulsiva?“Ela se caracteriza por um armazenamento excessivo de coisas, e o acumulador compulsivo se sente incapaz de se desfazer dessas coisas, o que resulta em uma ocupação muito grande dos espaços da sua casa. Eles deixam de ser espaços de convivência para se tornar espaços de depósito de coisas e isso aumenta o risco de incêndios, de contaminação, de infestação por insetos, de doenças e de quedas até do próprio acumulador”.
Como identificar um acumulador compulsivo?
“O acumulador compulsivo tende a se isolar. Tanto os familiares não conseguem conviver com aquele ambiente como o próprio acumulador tem vergonha da sua condição. Pode acontecer por causa de um acúmulo de dívidas, de um acidente dentro de casa, um incêndio, uma queda, pode ser em função de um sofrimento, de uma depressão, de uma ansiedade muito grande”.
“O acumulador compulsivo tende a se isolar. Tanto os familiares não conseguem conviver com aquele ambiente como o próprio acumulador tem vergonha da sua condição. Pode acontecer por causa de um acúmulo de dívidas, de um acidente dentro de casa, um incêndio, uma queda, pode ser em função de um sofrimento, de uma depressão, de uma ansiedade muito grande”.
Qual a diferença entre acumulador e colecionador?
“Colecionar é, a princípio, um hobby, não é patológico. O indivíduo adquire objetos que tenham entre si alguns aspectos em comum. Se esses objetos já passam a ser excessivos ocupando um espaço muito grande e ele sofre ao se desfazer dessas coisas, ele pode vir a se tornar um acumulador compulsivo. Um comprador compulsivo pode também se tornar um acumulador, mas, a princípio, o foco é a aquisição do objeto. São sintomas muito próximos”.
“Colecionar é, a princípio, um hobby, não é patológico. O indivíduo adquire objetos que tenham entre si alguns aspectos em comum. Se esses objetos já passam a ser excessivos ocupando um espaço muito grande e ele sofre ao se desfazer dessas coisas, ele pode vir a se tornar um acumulador compulsivo. Um comprador compulsivo pode também se tornar um acumulador, mas, a princípio, o foco é a aquisição do objeto. São sintomas muito próximos”.
Qual é o tratamento?
“O acumulador compulsivo deve procurar a ajuda de um psiquiatra. Se ele não tiver um plano de saúde e não tiver recursos para pagar a consulta, deve procurar um ambulatório na sua cidade ou centros de atendimento psiquiátricos gratuitos que oferecem esse atendimento”.
“O acumulador compulsivo deve procurar a ajuda de um psiquiatra. Se ele não tiver um plano de saúde e não tiver recursos para pagar a consulta, deve procurar um ambulatório na sua cidade ou centros de atendimento psiquiátricos gratuitos que oferecem esse atendimento”.
:: Uma sala cheia de livros, por exemplo, não exemplifica a doença. O hábito vira patológico quando juntar vira uma obsessão e interfere na rotina e nas relações sociais e familiares.
:: Um colecionador, ao
contrário do acumulador, tem orgulho de mostrar sua coleção. Quem tem o
transtorno costuma esconder o problema.
Como
tratarPara o acumulador compulsivo, não existe nenhum erro ou problema com o seu comportamento. No entanto, esse sintoma faz parte da doença. A acumulação compulsiva é um transtorno mental que foi reconhecido recentemente e as pesquisas sobre os melhores tratamentos está apenas no início. No entanto, alguns métodos têm tido êxito, como a terapia cognitivo-comportamental, associada a uma medicação adequada.
A
terapia cognitivo-comportamental
A terapia
cognitivo-comportamental concentra-se em localizar as causas da acumulação
compulsiva, descobrindo as raízes da ansiedade. Assim, é possível mudar aos
poucos a mentalidade da pessoa afetada. Esta terapia pode ser muito demorada
(durar meses ou até anos) e exige grande dedicação ao processo de recuperação,
mas permite que um acumulador compulsivo readquira hábitos de vida normais.
A
medicação
A terapia é muitas vezes
combinada com a medicação, o que ajuda a maximizar os resultados. Atualmente,
os produtos farmacêuticos utilizados no tratamento da acumulação compulsiva são
semelhantes aos que são administrados em pacientes que sofrem de transtornos
obsessivos compulsivos, isto é, os inibidores seletivos da recaptação de
serotonina, além de outros antidepressivos.
Alguns sinais
:: Recolher bens e objetos que
a maioria das pessoas joga fora.
:: Viver em condições
insalubres e sem organização e não permitir que alguém arrume ou limpe sem sua
supervisão.
:: Ser incapaz de usar as
divisões da casa para a real finalidade (cozinha para cozinhar, banheiro para
tomar banho, quarto para dormir).
:: Ter muitos animais de
estimação e não cuidar deles da melhor maneira — transtorno chamado de
animal hoarding.
:: Acumular sucatas ou lixo
(como embalagens) e amontoá-los em pilhas.
:: Negar que seja um exagero o
vício de acumular, ter vergonha do hábito, mas mesmo assim não conseguir
controlar o impulso.
Eu me encaixo na descrição dada acima.
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