"Eu conheço meu mapa, conheço minha missão, sei o que devo
fazer, mas encontro muitos obstáculos no meu caminho, por isso não consigo
evoluir". E muitas vezes acrescentam: "A culpa é dos outros que não
me deixam evoluir", ou ainda "Não consigo meditar, por causa disso,
por causa daquilo" e lá se vão muitas desculpas sempre focadas 'nos outros'
que acabam levando a culpa pelos nossos fracassos! Continuamos focados em nosso
próprio umbigo! O problema não está nos outros mas em nós que não damos ouvido
à voz do nosso Mestre, ocupados que estamos a invejar, odiar, detestar ou
maldizer os outros!
Evoluir espiritualmente é muito mais do que isso. A autopiedade, a retaliação, a
frustração, a vingança, são sentimentos que precisam ser banidos de nossos
corações, pois são eles os verdadeiros 'culpados' por nossos fracassos. Se
conseguirmos substituir esses pensamentos negativos e essas reações emocionais
ditadas por nosso ego ferido e os substituirmos por sentimentos positivos, de
amor, de perdão, de compaixão, de generosidade, estaremos abrindo as portas ao
fluxo de energia necessário para chegar no fim de nossa passagem sobre a Terra
e ter feito a diferença, tendo deixado um rastro de luz atrás de nós. Se
perdemos tempo e energia focalizando a vida dos outros, tendo inveja ou raiva,
como podemos ter energia suficiente para trilhar nosso próprio caminho?
Nossa vida é uma senda pela qual levamos nosso 'carro' para
alcançar um objetivo. Cada um de nós escolhe sua própria 'lenda pessoal' antes
de encarnar. Nosso espírito escolhe o momento exato do seu nascimento, a
família, o local onde nascerá para que essa lenda se cumpra totalmente. È por
essa razão que o mapa do nascimento é tão importante para decifrar essa lenda
pessoal. Eu gosto de fazer uma comparação: Nós somos como passageiros de uma
carruagem, puxada por quatro cavalos. Os cavalos correspondem aos nossos
instintos vegeto-animais, (já escrevi um artigo a respeito) aqueles que nos
servem para a sobrevivência do nosso físico.
Procurar prazer, nos comunicar,
nos reproduzir, nos sociabilizar, faz parte do homem vegeto-animal. A meu ver a
carruagem corresponderia ao nosso corpo físico, ou seja, ao invólucro usado
pelo espírito que é passageiro da carruagem. Esse passageiro, porém, não sabe
onde ele irá levar sua carruagem, e pode percorrer o caminho levado pelos seus
impulsos de sobrevivência.
Por essa razão, se ele não conhecer profundamente as
necessidades de cada cavalo, acabará cansando-os ou esgotando suas energias e a
carruagem irá parar. E, se o passageiro não prestar atenção às valetas, aos obstáculos
ou às pedras do caminho, acabará quebrando a carruagem, avariando-a e precisará
parar antes de chegar ao seu destino. O passageiro tem, no entanto, dentro de
si, uma voz, a voz do Mestre Interior que se conecta diretamente com a Luz.
O
Mestre Interior conhece a senda, conhece os obstáculos e conhece o destino
final, ou seja, a missão individual. Ele procura ajudar o passageiro a dirigir
a carruagem, dando-lhe conselhos, dirigindo suas escolhas. Eu costumo comparar
o Mestre Interior como o Guia ou Anjo da Guarda que nos protege e nos indica o
caminho.
Só que nem sempre o passageiro escuta seus conselhos, distraído que
está a olhar a paisagem ou as outras carruagens que o ultrapassam e que muitas
vezes são mais bonitas que a sua. Então, neste momento, ele cai num buraco, não
vê a valeta, e perde de vista seu destino, pois sua energia estará sendo
desperdiçada em emoções descontroladas, sentimentos de inveja, de rancor ou de
raiva.
Alguns outros passageiros levam sua carruagem nas trilhas já traçadas por
outras carruagens que passaram anteriormente e não fazem suas próprias
escolhas. Eles repetem condicionamentos traçados pelos ancestrais, pela
sociedade em que vivem, pelos pais que os criaram e não ouvem a voz do Mestre e
tampouco sabem conduzir sua própria carruagem, deixando que os cavalos a
dirijam. No entanto, aqueles que enveredam no caminho da espiritualidade e
procuram realmente conhecer sua missão, podem canalizar suas energias na
direção de sua meta, escutando os conselhos do Mestre, conselhos esses que
todos podem ouvir.
No entanto, quando perdemos alguma oportunidade de
crescimento espiritual, e não compreendemos a razão do obstáculo que
enfrentamos, a Voz do Mestre se faz ouvir e nos envia um aviso. Um obstáculo,
uma valeta, um desvio, uma curva fechada na estrada da vida: esses são os
avisos do Mestre. Porém, se nosso coração estiver preenchido com ódio e rancor,
como escutá-lo, como compreendê-lo?
Podemos começar a abrir nossos ouvidos aos conselhos do Mestre
Interior, fazendo uma pequena meditação diária com o auxilio do nome do Gênio
Cabalístico de nº 66, MANAKEL. Seu nome significa Deus que secunda e mantém
tudo sobre o mundo. Seu Salmo de oração é o de nº 37. Meditem nas três letras
que compõem seu nome e peçam para afastar de sua mente o 'sentimento de vitima'
e para poder ouvir a voz do Mestre interior.
KAUF NUM MEM
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