-Mauro. Como você consegue explorar tanto da música instrumental, sendo uma linguagem tão ímpar e elitista?
Como
venho do rock e blues foi um processo natural com os anos de prática. A partir
do momento que vc vira músico profissional convive com vários estilos e a forma
que o instrumentista tem de se expressar é através dessa linguagem, impar sim,
mas elitista é uma forma cultural de enxergá-la, entretanto eu não a vejo
assim. Espaços como esse contribuem para popularizar a música, simplesmente
música.
- Por que Blues?
- Pros que não entendem muito de gênero musical, defina Blues e Jazz.
Blues
geralmente é uma harmonia de 12 compassos e há uma resposta entre vocal e
guitarra. Temos como principal expoente
o mestre BB King. Historicamente é uma música de raiz negra
norte-americana e que antecede o rock e foi matriz para se criar o jazz. O jazz
por sua vez, é executado com maior liberdade de construção, geralmente os
músicos da década de 50 se baseavam nos standards da Brodway, clássicos
populares da época, improvisando sobre esse temas, criando novas melodias. Com
harmonias complexas passando a ser um grande desafio para os músicos, o que o
marca como um gênero motivador para os músicos.
- Seus shows. Você consegue juntar grupos?
Existe um
público bastante fiel e admirador dos gêneros que toco, por outro lado,
trabalho reunindo vários músicos e situações diversas e acabo por transitar por
muitos gêneros musicais, o que traz uma experiência bastante variada em shows.
- Depois disso você acha que as pessoas ficam mais propensas ao Blues?
Depois do
advento da Internet, globalização, o acesso a todos os gêneros musicais e
culturas ficou muito mais democrático, entretanto estar em um bom show de blues
ou qualquer outro gênero ao vivo influencia positivamente o gosto musical das
pessoas. Mas gosto não se discute...
- Mencionando a respeito de repertório, quantos CDs?
Da minha
carreira solo, já em fase de compor o 4º CD. Até agora, lançados são
“Sonoridades”, “Atitude Blues” e “Retratos”. Da banda Caviars blues band, da qual
faço parte há 4 anos, lançamos recentemente o título “Merlot”, composições
próprias de blues em português. Gravei com a banda Fast Fusion o seu segundo CD
“Alucinações musicais”. Partcipei dos Cd de Zuzo Moussawer, do baterista Alex Reis, do saxofonista José
Simonian e da cantora Babi Mendes.
- Qual a sua realização mais esperada?
Continuar
vivendo da minha arte com dignidade.
- E as aulas que você ministra?
Sou
professor de guitarra há 27 anos e tenho um homestudio para isso que venho
aprimorando a cada dia, assim como a prática das aulas.
- Você ensina qualquer tipo de música?
Sim, mas
tenho minhas especialidades em harmonia e improvisação ligadas ao jazz,
rock, blues, MPB.
- E os alunos? Querem Blues também?
Recebo
todo tipo de aluno, o que é uma experiência bem rica. Evidente que apresento a
variedade musical que entendo que vão contribuir ainda mais com o processo de
aprendizagem musical.
- Dizem que músico que é músico, não tem preconceito musical. Verdade?
Sem
dúvida. Como dizia Duke Ellington, “só há dois tipos de música: a boa e a
outra...”
- Por admiração, você não acha que seus alunos ficam mais propensos ao Blues?
Não, acho
importante que cada um tenha seu estilo, e como estudo vários estilos, procuro
respeitar e incentivar que cada aluno tenha sua própria linguagem, chamamos de
“voz própria”.
- Sei que você aperfeiçoa as mãos e ouvidos, porém quando os alunos chegam a você, o que eles esperam do Mestre?
Cada
aluno chega com uma expectativa. O importante é ouvi-lo e deixar que suas experiências
e desejos façam parte da construção da nossa aula, por isso acredito no
trabalho individualizado.
- Gosto é uma coisa que não se discute, embora o seu ser muito aprimorado, contudo, quando chegam pra aprender, dá pra notar quem tem talento ou isso se aprimora com o tempo?
Há essa
situação de talento ou não, mas a vontade,
dedicação e amor pela música são transformadores. Já vivi situações em
que um garoto talentoso, dispersa com o tempo e deixa de praticar, por outro
lado já tive alunos que pareciam não ter talento algum e são grandes músicos
hoje em dia.
- Além dos dedos, Você consegue afinar uma voz? Existe técnica pra isso?
Sim, com
aulas de canto você aprimora. Mas isso é
mais indicado pro Marcos Paulo, amigo músico e professor de canto, companheiro
na Banda Druídas.
- Sei que depende de cada um, mas em quanto tempo o aluno já pode contar que está tocando um instrumento?
Em geral,
em um ano já é possível dizer isso, mas pronto nunca estamos. Há sempre mais e
mais a aprender.
Jimi Hendrix, BB King, Angus Young, Mozart Mello,
Joe Pass, Wes Montgomery, Heraldo do Monte, Albert Lee. E há muitos outros...
Webmail - iBCMG Internet
http://www.ibcmg.com.br
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