quinta-feira, 12 de abril de 2012

Antigo, Novo Testamento

O Antigo Testamento: trata basicamente das relações entre Deus e o povo Israelita. Existem vários nexos temáticos entre os livros de acordo com suas divisões (seja a cristã ou a hebraica). Única entre essas tradições é a primeira divisão, a Torá ou Pentateuco, que trata da história sagrada do povo de Israel, a partir da criação do mundo até a ocupação da Terra, passando pela legislação litúrgica e religiosa. Tradicionalmente, a Torá ou Lei é atribuída a Moisés e, depois de sua morte, terminada por Josué; porém, muitos autores defendem que a formação da Torá foi um processo longo passando por diversos grupos de autores até sua adoção uniforme

Quanto ao texto transmitido, não chegaram até nós nenhum rolo original de qualquer material bíblico. Atualmente os documentos mais antigos que ainda exitem são oriundos do século II A.C, tais como o chamado Papíro Nash, encontrado em 1902, no Egito, que contêm o decálogo e o texto da confissão de fé hebraica Shma Israel (Deuteronômio 6:4), e os manuscritos do Mar Morto encontrados em Qumran que incluem diversos fragmentos de textos de praticamente todos os livros da Bíblia Hebraica com a exceção de Ester.

O Novo Testamento: A partir de 100 d.C. a tradição fariseu-rabínica passou a dominar no judaísmo e desenvolveu-se um método de auxílio na transmissão do texto, inclusive a correta vocalização. Os estudiosos que trabalharam para manter a originalidade do texto, especialmente com o declínio do hebraico como língua falada, eram chamados de massoretas e terminaram por elaborar um texto que passou a ganhar autoridade oficial entre os séculos VII e X, chamado de texto masorético. Oriundos dessa tradição existem dois manuscritos importantes que baseiam as edições críticas do texto atual: O Codex Leningradensis e o Codex Aleppo.
Os 27 livros do Novo Testamento foram escritos em diversos lugares e por autores diferentes que classificaram seus Escritos como inspirados, ao lado dos Escritos do Antigo Testamento. Entretanto,ao contrário do Antigo Testamento, o Novo foi produzido em um curto espaço de tempo, durante menos de um século. Esses livros eram respeitados, colecionados e circulavam na igreja primitiva como Escrituras Sagradas. O fato desses livros terem sido lidos, citados, colecionados, e passados de mão em mão dentro das igreja do início do cristianismo, assegura que a Igreja Primitiva tinham eles como proféticos ou divinamente inspirados desde o começoA divisão do Novo Testamento em seções e versículos é atribuída a Amônio de Alexandria, do século III, e à Eutálio de Alexandria , no século V d.C., que continuou o trabalho de Amônio.


Evangelhos
A palavra Evangelho significa "Boas Novas". Eles referem-se ao nascimento do Messias prometido. Cada um dos quatro evangelhos do Novo Testamento narra a história da vida e da morte de Jesus de Nazaré. Esses evangelhos são composições anônimas que levam o nome dos seus autores no título. Assim, no século II esses livros eram denominados na seguinte fórmula: "O Evangelho de..." ou "O Evangelho segundo..." (Em grego: τὸ εὐαγγέλιον κατὰ ...) + nome do evangelista que foi o autor do evangelho. Todos os quatro evangelhos foram reunidos logo após o Evangelho de João ter sido escrito. A coleção de quatro livros era conhecida como "O Evangelho" no começo do segundo século. Assim, o cristianismo primitivo sempre aceitou esses evangelhos porque conheciam seus autores. Os evangelhos de Mateus, Marcos e João parecem ter sido escritos como biografias, seguindo o modelo da antiguidade, enquanto Lucas e Atos parece ter sido composto como uma monografia histórica em dois volumes. São eles:

Evangelho de Mateus - atribuído ao apóstolo Mateus. Este evangelho começa com a genealogia de Jesus e a história do seu nascimento. Termina com o comissionamento dos discípulos por Jesus depois de ressuscitado. O principal objetivo do evangelho de Mateus é mostrar para os judeus que Jesus era o Messias. Apesar dos vários debates sobre sua datação, ele provavelmente foi escrito depois da morte de Jesus (31dc) entre os anos 50-65dc. Era considerado o manifesto da igreja de Jerusalém e, por conseguinte, o documento fundamental do início da fé cristã;

Evangelho de Marcos - atribuído a Marcos, o Evangelista. Marcos não era um dos doze apóstolos de Jesus, mas foi um dos ajudantes de Paulo e depois de Pedro.[20] Segundo os pais da igreja, o evangelho de Marcos foi escrito com base no ensino do apóstolo Pedro, depois de uma palestra feita em Roma para os pagãos por volta do ano 65 dc. Este evangelho começa com a pregação de João Batista e o batismo de Jesus. Alguns manuscritos antigos não trazem os versículos 9-20 do último capítulo; outros manuscritos apresentam finais diferentes.

Evangelho de Lucas - atribuído a Lucas, que também não foi um dos doze apóstolos, mas é mencionado no Novo Testamento como companheiro do apóstolo Paulo (II Timóteo 4:11) e médico (Colossenses 4:14). O autor não foi testemunha ocular das coisas que registrou, mas fez uma minuciosa investigação com essas pessoas que presenciaram os fatos contidos nesse evangelho (Lucas 1:1-4). Ele é dirigido para alguém chamado Teófilo, que até hoje é desconhecido. Este evangelho começa com histórias paralelas do nascimento e da infância de João Batista e Jesus e termina com as aparições de Jesus ressuscitado e sua ascensão ao céu. Seu objetivos era contar a história de Cristo a partir dessas testemunhas oculares. Foi escrito provavelmente no ano 63dc.

Evangelho de João - atribuído ao apóstolo João, filho de Zebedeu. Este evangelho começa com um prólogo filosófico e termina com as aparições de Jesus ressuscitado. Foi escrito no final do século I e tinha como objetivo complementar de diversas maneiras o registro que tinha sido fornecido sobre a história de Jesus pelos outros três evangelistas.

Os três primeiros evangelhos listados acima são classificados como os Evangelhos sinópticos. Isso porque eles contêm relatos semelhantes da vida e ensino de Jesus. Esses três evangelhos possuem várias dependências literárias. Há duas possíveis explicações para sua formação. Alguma corrente de estudiosos mais liberais afirmam que eles foram escritos com base em uma fonte “Q” (Queller em alemão), que é desconhecida até os dias de hoje; Ou então com base no Evangelho segundo os Hebreus (65-100), que sobreviveu apenas em fragmentos encontrados nas citações feitas por vários pais da igreja primitiva. A segunda explicação para a dependência literária dos evangelhos sinóticos afirma que o evangelho de Mateus foi escrito primeiro. Depois, Lucas utilizou o evangelho de Mateus e o evangelho segundo os Hebreus, além de outros evangelhos que circulavam na época e que não sobreviveram até os dias de hoje. Por fim, o evangelho de Marcos seria fruto de uma palestra que Pedro deu com base nos evangelhos de Mateus e de Lucas.

Já o Evangelho de João: é estruturado de forma diferente dos evangelhos sinóticos e inclui histórias de vários milagres e palavras de Jesus que não são encontradas nos outros três evangelhos. Esses quatro evangelhos foram unanimemente aceitos como parte do Cânon Sagrado do Novo Testamento. Porém, eles foram apenas alguns entre os muitos outros evangelhos cristãos. A existência de tais textos é mencionada no início do Evangelho de Lucas (Lc 1:1-4). Outros evangelhos, como os chamados "evangelhos judaico-cristão" ou o Evangelho de Tomé, oferecem uma precisa ajuda para entender o contexto do cristianismo primitivo. Além disso, esses outros evangelhos que não foram incluídos no Cânon sagrado podem fornecer alguma ajuda na reconstrução do Jesus histórico.

Atos dos Apóstolos - É a continuação do Evangelho de Lucas (At 1.1 e 2) e conta a história de como a mensagem cristã foi anunciada em Jerusalém, Samaria e as demais regiões do Império Romano (At 1.8). Nesse livro, destacam-se duas pessoas: Paulo e Pedro. Pedro dirige o trabalho cristão em Jerusalém, Samaria (At 1.12 – 8.25), Lida, Jope e Cesaréia Palestina (At 9.32-11.18). Esse livro também trata da conversão do apóstolo Paulo (At 9) e de suas viagens missionárias pelo Império Romano (At 13-28). Examinando o estilo, a fraseologia e outras evidências internas, a maioria dos estudiosos atribui a Lucas a autoria desse evangelho. Ele foi escrito provavelmente antes da morte do apostolo Paulo por Nero, por volta de 67-68 dc. Isso porque esse livro não cita a morte de Paulo, fato que seria muito relevante para a história cristã antiga.

Epístolas Paulinas

As epístolas paulinas (ou Corpus Paulinum) são cartas escritas pelo apóstolo Paulo. Essas epístolas tratam de pontos teológicos importantes para o desenvolvimento da doutrina cristã no cristianismo primitivo. Geralmente, essas epístolas foram escritas tanto para indivíduos, quanto para as primeiras comunidades cristãs.

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