segunda-feira, 1 de julho de 2013

LUPUS


Ultimamente anda surgindo muitos casos dessa doença, então por meio de pesquisas, vamos tentar nos esclarecer melhor!
Entenda o que é o lúpus
 O lúpus atinge um número maior de mulheres em idade fértil.
Uma mancha vermelha que aparece sobre as maçãs do rosto e na parte superior do nariz, também conhecida como "asa de borboleta", ou ainda uma grande sensibilidade à luz solar. Esses são alguns dos sintomas mais frequentes que acometem pessoas portadoras de uma doença autoimune chamada lúpus. 
Como toda doença autoimune, o lúpus desencadeia um mecanismo de agressão ao organismo por meio do próprio sistema de anticorpos da pessoa doente.
"O sistema imunológico para de reconhecer partes do organismo, como alguns órgãos, por exemplo, como sendo parte do próprio organismo", comenta o reumatologista chefe do Ambulatório de Reumatologia do Hospital das Clínicas, Ricardo Fuller.

A maior parte dos pacientes apresenta uma grande sensibilidade à luz solar, denominada fotos sensibilidade, que provoca manchas vermelhas na pele. Essas ocorrências podem ser pequenas feridas semelhantes a aftas na mucosa da boca e no nariz.

Apesar de a pele ser comprometida em aproximadamente 60% dos casos da doença, outros sintomas também são comuns.
"Os sintomas gerais incluem fadiga, mal-estar, cefaleia, febre, falta de apetite, indisposição, emagrecimento. Já os sinais específicos incluem lesões avermelhadas na pele, especialmente nas áreas expostas ao sol, dor e inflamação nas juntas, queda anormal dos cabelos, urina espumosa, convulsões epilépticas e distúrbios psiquiátricos", explica o reumatologista Luís Eduardo Coelho Andrade.

Como se adquire a doença
O lúpus não é uma doença contagiosa, por isso não se deve ter a preocupação em evitar qualquer tipo de contato íntimo com a pessoa doente. "No entanto, essa doença possui um leve componente de hereditariedade, ou seja, parentes de primeiro grau de pacientes com lúpus têm chances um pouco maior de desenvolvê-la", comenta Luís Eduardo.

Pessoas com predisposição genética podem favorecer o desenvolvimento da doença de três formas distintas. A mais comum delas é por meio da exposição solar, onde penetração dos raios ultravioletas na pele causa alterações nas moléculas do epitélio (que estimulam o sistema imunológico). Outro fator é o uso de contraceptivos, uma vez que o estrógeno - hormônio contido nas pílulas anticoncepcionais - estimula o sistema imunológico. Há ainda casos em que a doença se desenvolve em pessoas já predispostas depois de um grande trauma psicológico.

Tratamento do lúpus

Apesar de não ter cura, a doença tem tratamento e o paciente tem a perspectiva de uma vida longa e de qualidade.
"O lúpus evolui em períodos de atividade, quando necessita de tratamento contínuo, e de inatividade, quando o tratamento é cuidadosamente retirado", explica Fuller. Ele comenta ainda que alguns pacientes podem apresentar uma única crise em toda a sua vida.

Em casos mais avançados, o tratamento medicamentoso é o mais indicado. Pacientes que não precisam de remédio costumam seguir uma rotina de uso de bloqueadores solares, exercícios físicos, sono adequado e uma dieta balanceada.

A doença, que atinge um número maior de mulheres em idade fértil, pode ser um fator de risco para a gravidez, devido a chances de aborto. "Mulheres com lúpus inativo podem ter a gravidez liberada mediante avaliação do médico. O pré-natal nesses casos deve ser mais rigoroso que em uma gestação normal", explica Fuller.

Sintomas:
- fadiga
- mal-estar
- cefaleia
- febre
- falta de apetite
- indisposição
- emagrecimento
- lesões avermelhadas na pele
- inflamação nas juntas
- queda anormal dos cabelos
- urina espumosa
- convulsões epilépticas
- distúrbios psiquiátricos
- arroxeamento dos dedos das mãos e pés
- dormências e paralisias regionais
- tromboses em membros
- derrame cerebral
- dor torácica
- palpitação
- falta de ar
- úlceras na pele
- necrose nas pontas dos dedos

Serviço:
- Luís Eduardo Coelho Andrade - reumatologista
luis.andrade@fleury.com.br

- Ricardo Fuller - reumatologista
reumato@usp.br


Lúpus é uma doença sem cura, mas sob controle Doença autoimune acomete mais mulheres, com idade entre 20 e 45 anos. Sintomas são variados e podem atingir a pele e também órgãos, como coração, rins e pulmões


Uma doença que pode surgir em qualquer época da vida e não tem cura. Ainda assim, é possível conviver com ela desde que o paciente siga o tratamento de forma adequada. Estamos falando do lúpus eritematoso sistêmico (LES), cujo dia mundial foi lembrado na sexta-feira, e que pode se manifestar atingindo diversos órgãos. Existem dois tipos da doença e o primeiro, o eritematoso, atinge apenas a pele, provocando manchas avermelhadas em áreas mais expostas à luz solar, como braços, orelhas, rosto e colo. Já o segundo, o sistêmico, pode prejudicar coração, rins e pulmões. 

Os principais sintomas são mal-estar, febre, dor e inchaço nas articulações, queda de cabelo, feridas na boca, manchas na pele, entre outras manifestações. “A gama de sintomas é vasta e pode acometer qualquer órgão ou tecido do organismo”, explica o médico reumatologista Gustavo Lamego de Barros Costa, vice-presidente da Sociedade Mineira de Reumatologia.

Rara, a doença pode acometer qualquer pessoa, porém sua incidência é mais comum em mulheres jovens, entre 20 e 45 anos, manifestando-se com maior frequência em mestiços e nos afrodescendentes (independentemente do sexo). De acordo com dados da Sociedade Brasileira de Reumatologia, a estimativa é de que existam cerca de 65 mil pessoas com lúpus no país, sendo a maioria do sexo feminino.
 Ainda segundo a entidade, uma em cada 1.700 brasileiras possivelmente tem a doença. Informações do Ministério da Saúde constatam que apenas no ano passado, 4.475 pessoas foram internadas em decorrência da doença em unidades hospitalares do Sistema Único de Saúde (SUS), o que custou cerca de R$ 3,5 milhões aos cofres públicos.




Segundo Barros Costa, o lúpus pode surgir em qualquer fase da vida, sem motivos aparentes. Questões genéticas podem ou não influenciar o aparecimento da doença, mas, em geral, a causa ainda é desconhecida. “É uma doença autoimune. Temos um sistema de defesa que é o sistema imunológico e às vezes há uma desregulamento. Ele passa, então, a atacar algumas células do organismo e isso é o que chamamos de doença autoimune. O lúpus não é causado por infecção ou bactéria, é o próprio organismo que o desenvolve”, afirma.

A doença se manifesta de diferentes formas no organismo, podendo ser de maneira leve ou mais grave. Na maioria dos casos surgem lesões na pele, especificamente nas bochechas e no nariz, formando um desenho semelhante ao de “asa de borboleta”. Além disso, muitos doentes com lúpus têm fotos sensibilidade à luz do Sol. “Os raios ultravioleta são capazes de ativar o lúpus, sobretudo na pele, e a pessoa desenvolve, depois da exposição à luz solar, manchas avermelhadas na bochecha”, acrescenta. Alterações no sangue e dores ou inchaços nas juntas também são comuns. Em casos mais graves ela pode afetar os rins ou causar inflamações nas membranas do pulmão e coração. Alterações neuropsiquiátricas como depressão, alteração de humor e até convulsões são mais raras, mas também podem ocorrer.

Gustavo Barros Costa explica que o diagnóstico é feito após uma análise criteriosa das manifestações que o paciente apresenta e por meio de exame denominado FAN (fator ou anticorpo antinuclear), obtido no exame de sangue. “Quase 100% dos pacientes com lúpus têm o FAN positivo. Mas muita gente que tem o FAN positivo não necessariamente vai desenvolver a doença. Esse fator ajuda para o diagnóstico, mas não é o único avaliado para se descobrir o lúpus”, explica.

Medicamentos
O lúpus não tem cura, mas sim controle. Segundo o médico, os remédios com corticoide, cloroquina e os imunossupressores são os mais indicados, mas a recomendação varia de pessoa para pessoa. “O tratamento é à base de medicamentos que vão modular o sistema imunológico. Vai depender da manifestação de cada paciente”, salienta o médico. Já os sintomas mais leves podem ser tratados com analgésicos e anti-inflamatórios. Segundo o Ministério da Saúde, dois medicamentos indicados para tratar o lúpus – a azatioprina e a ciclosporina (há diversas dosagens) – são ofertados gratuitamente na rede pública.

O vice-presidente da Sociedade Mineira de Reumatologia ainda explica que outras duas formas de lúpus também são comuns, porém mais leves e têm cura. “O lúpus discoide é quando a pessoa tem só uma lesão na pele e o tratamento é simples, podendo ser com pomada ou remédio. Já o lúpus induzido por drogas é aquele causado após o uso de algum medicamento que dê efeito colateral semelhante aos sintomas do lúpus”, finaliza.

MITOS E VERDADES

Quem tem lúpus podem engravidar?

Sim, desde que a doença esteja controlada. Por isso, é necessário que a mulher se programe antes de decidir engravidar.

Estresse emocional causa lúpus?

Não, mas pode contribuir para desencadear os sintomas iniciais da doença ou reativá-la.

Quem tem LES tem mais chance de ter uma infecção?

O lúpus interfere no sistema imunológico e esse desequilíbrio facilita o aparecimento de infecções. Ela também pode surgir devido ao uso dos medicamentos para o tratamento contra a doença.

Tenho lúpus. Posso usar remédios para outras doenças concomitantemente?

Possivelmente sim, mas é interessante conversar com seu reumatologista antes.



Os remédios para lúpus sempre deixam a pessoa inchada?

Não, mas os corticoides em doses altas e ingeridos nas fases mais ativas e graves da doença podem deixar a pessoa mais inchada. Eles também aumentam o apetite, ou seja, o paciente deve ficar atento à dieta e manter atividade física regular.

Outras doenças podem ter os mesmos sintomas de LES?

Sim, os sintomas do lúpus não são exatamente exclusivos. Pessoas que têm hanseníase, hepatite C, rubéola ou outras doenças autoimunes podem desenvolver sintomas muito parecidos e ter o exame de FAN positivo sem que tenham lúpus.

Quando o tempo está nublado é necessário proteger-se com foto protetor?


Sim, a maioria das pessoas com lúpus tem sensibilidade ao sol, e essa sensibilidade não é só à luz direta do Sol, mas à claridade. Logo, mesmo nos dias nublados e na sombra de uma forma geral é necessário usar foto protetor e preferencialmente cobrir-se com uma blusa fina.

Existem produtos “naturais” ou vacinas que melhorem a imunidade?

Não. A melhor atitude para melhorar a imunidade é manter uma vida saudável, incluindo uma dieta balanceada, sem álcool, cigarro ou excessos dietéticos. Não existem produtos que melhorem a imunidade e alguns podem mesmo prejudicar a sistema imunológico.


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