No Evangelho de São Mateus (5,48), encontramos
estas palavras de Jesus: "Sede
perfeitos, como vosso Pai celeste é perfeito". Deus é o único santo. Pelo
Batismo, recebemos a graça de Deus e a Santíssima Trindade vem habitar em nós.
Somos templos de Deus e devemos conservar sempre deus em nós, abrindo-nos
sempre mais a Ele, deixando que sua graça nos transforme. Vamos assim aos assemelhando
cada vez mais ao Deus Santo. Isto é certamente o fruto de nosso esforço, mas é,
sobretudo, dom da graça do Espírito Santo.
O
martírio constitui o cume da santidade, porque faz do cristão um seguidor de
Jesus Cristo, até o ponto de entregar a vida e deixar derramar o sangue como
testemunho por Ele. Santos são, portanto, todos aqueles que
viveram o Evangelho e se encontram na casa do Pai.
A canonização é o reconhecimento definitivo pelo
qual a Igreja declara que alguém participa da glória celeste, prescrevendo que
lhe seja prestada veneração pública. Uma pessoa não é santa porque a Igreja a
canoniza, mas a Igreja a canoniza porque ela é santa.
A Igreja, pelo Santo Magistério, reconhece a
santidade dos seus membros e filhos.
Com a canonização, a Igreja nos
propõe exemplos de vida e mostra de modo vivo que todos nós somos chamados a
sermos santos, como Ele é Santo . Os santos são servos exemplares
de Jesus Cristo e ajudam, com seu exemplo, os seus irmãos a conhecerem o
caminho do Evangelho e da imitação de Jesus Cristo. Participamos da Igreja que,
apesar de tantas falhas de seus filhos, é santa e tem em seu seio verdadeiros
heróis da fé e do amor, pessoas como nós, que estão na Glória de Deus e
intercedem por nós.
Para figurar na lista de santos da Igreja Católica,
o fiel tem de ter dado prova das virtudes cristãs e da realização de pelo menos
dois milagres por sua intercessão.
Canonização é o ato oficial e solene pelo qual a
Igreja Católica reconhece a santidade de um de seus membros. Seu nome é então
inscrito pelo papa na lista dos santos e pode ser objeto da devoção dos fiéis
católicos.
Na igreja primitiva essa veneração era espontânea.
Nos lugares onde estavam os túmulos de mártires havia peregrinação e
celebravam-se missas.
Quando o imperador Constantino oficializou o culto,
muitos desses mártires foram trasladados das catacumbas para as basílicas. Não
havia canonização, no sentido moderno, e bastava o consenso ou a simples
aclamação dos fiéis.
Passadas as perseguições e os tempos heroicos do
cristianismo, o culto dos mártires se estendeu aos confessores e virgens. Com a
proliferação de devoções particulares, misturadas a crendices, foi necessário
organizar o culto.
O primeiro santo canonizado de forma solene foi o
bispo de Augsburgo, Ulrich (santo Ulrico), morto em 973 e proclamado santo por
João XV, no Concílio de Latrão, em 993.
O papa Urbano VIII (1623-1644), responsável pela
canonização de santa Isabel de Portugal, são João de Deus e são Francisco
Bórgia, determinou que só houvesse culto público depois da beatificação ou da
canonização, com raras exceções. Regras posteriores, de Bento XIV, completaram
a legislação, que se consolidou, sem grandes alterações, no Código de Direito
Canônico, de 1917, modificado pelo papa Paulo VI no fim da década de 1960.
A etapa inicial, de investigação, é conduzida pelo
bispo local, que nomeia um postulado da causa, espécie de advogado de defesa, e
um promotor da fé (o famoso "advogado do diabo"). Reunido o material
e comprovada a fama de santidade do indicado, os autos são encaminhados a Roma.
Cabe ao papa proclamar solenemente o novo "beato".
Paz e Bem!
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