O mito do uso de 10% do cérebro é uma lenda urbana que afirma que só se utiliza um décimo da capacidade do cérebro, de modo que grande parte dele é inativa.
Segundo a crença popular, se todo o cérebro fosse utilizado, o indivíduo desfrutaria de habilidades sobre-humanas. Alguns argumentam que a porção inativa do cérebro esconde funções psicocinéticas e psíquicas em geral além de a possibilidade de percepção extra-sensorial.
Afirma-se que algumas pessoas de QI muito elevado usariam mais do que 10% do cérebro, tal ideia é muitas vezes atribuída a Albert Einstein e Margaret Mead. Portanto, sugere-se que a inteligência de uma pessoa está ligada à porcentagem do cérebro que ela utiliza.
Embora a capacidade intelectual do indivíduo possa aumentar ao longo do tempo, a crença de que grande parte do cérebro é inutilizado e, essencialmente, só se faz uso de 10% do seu potencial efetivo não tem base científica e é desmentida pela comunidade científica.
Embora ainda não se conheça o funcionamento de todo o cérebro, já se sabe que todas as suas regiões são ativas e que têm funções determinadas.
De acordo com uma
história de origem semelhante, o mito dos 10% mais provavelmente surgiu de um
mal-entendido ou de uma deturpação de pesquisas neurológicas do final do século IX e do início do século XX.
Por exemplo, as funções
de muitas das regiões do cérebro (especialmente do córtex) são complexas o suficiente para que efeitos de danos
sejam notados, levando cedo os neurologistas a conhecer o que essas regiões
faziam. Também foi descoberto que o cérebro consiste principalmente de células
gliais, que pareciam ter várias funções secundárias.
O Dr. James W. Kalat, autor
do livro-texto Biological Psychology, salienta que os neurocientistas da
década de 1930 sabiam do grande número de neurônios "locais"
no cérebro e que a má compreensão da função desses neurônios poderia ter levado
ao mito dos 10%.
De fato, é fácil imaginar que o mito foi
propagado simplesmente por um truncamento da declaração de que "os humanos
usam 10% de seus cérebros em qualquer momento".
Embora as partes do
cérebro tenham amplo entendimento de suas funções, muitos mistérios sobre como
as células do cérebro funcionam juntas para produzir comportamentos complexos
permanecem.
Talvez a maior questão
seja como as diversas partes do cérebro colaboram para formar experiências
conscientes. Até agora, não existem evidências de que existe um local onde está
a consciência, o que leva os especialistas a acreditar que ela é
verdadeiramente um esforço neural coletivo.
Portanto, como a ideia de James de que os
humanos tem um potencial cognitivo inexplorado, também é certo dizer que uma
grande porção de questões sobre o cérebro ainda não foram completamente
respondidas.
Se existem muitos
métodos para o desenvolvimento dele, será que já não chegamos a uma maior
capacidade?
Vamos aguardar!
Nenhum comentário:
Postar um comentário