Estudo: Canhotos pensam mais rápido que os destros
Especialista português diz que é precisa mais investigação, mas admite que entre os esquerdinos há muitos sobredotados.
Um estudo publicado na revista Neuropsychology sugere que os canhotos pensam mais rápido do que os destros, mas especialistas portugueses apontam que faltam mais estudos que comprovem essa teoria, apesar de haver a percepção de que muitos sobredotados são esquerdinos.
O estudo, publicado na revista Neuropsychology, da Associação Americana de Psicologia, indica que os canhotos são mais rápidos no processamento de múltiplos estímulos cerebrais do que os destros. O neuropsicólogo e membro do Instituto da Inteligência Nelson Lima explicou que essa teoria pode ser verdadeira, mas sublinhou que "varia de caso para caso porque cada pessoa tem uma estrutura cerebral e um funcionamento muito particular".
"De fato há estudos que apontam para a hipótese de que os esquerdinos tenham uma rapidez de raciocínio em determinadas áreas, especificamente no raciocínio lógico matemático e também na inteligência verbal e na inteligência espacial, mas isto carece de novos estudos que venham a confirmar", disse Nélson Lima. O especialista acrescentou que o raciocínio lógico matemático é o que comanda a racionalidade, o pensamento objectivo, o planeamento ou a rapidez de resposta nas actividades que exijam menos envolvimento emocional e a inteli- gência espacial a capacidade para nos orientarmos no espaço que nos rodeia.
"Aparecem muitos esquerdinos com essas habilidades mais desenvolvidas do que pessoas com igual nível de inteligência, mas que não são esquerdinos", revelou. Nélson Lima apontou igualmente que em faixas etárias mais baixas, ou seja, nas crianças, há muitos esquerdinos que são sobredotados.
"Não quer dizer que haja mais esquerdinos sobredotados do que destros, mas o que acontece é que dentro dos esquerdinos há um elevado número de crianças sobredotadas e este simples facto dá que pensar", defendeu Nélson Lima, acrescentando não haver dados estatísticos concretos.
Especialista português diz que é precisa mais
investigação, mas admite que entre os esquerdinos há muitos sobredotados.
Um estudo publicado na revista Neuropsychology sugere que os canhotos
pensam mais rápido do que os destros, mas especialistas portugueses apontam que
faltam mais estudos que comprovem essa teoria, apesar de haver a percepção de
que muitos sobredotados são esquerdinos.
O estudo, publicado na revista Neuropsychology, da Associação Americana
de Psicologia, indica que os canhotos são mais rápidos no processamento de
múltiplos estímulos cerebrais do que os destros. O neuropsicólogo e membro do
Instituto da Inteligência Nelson Lima explicou que essa teoria pode ser
verdadeira, mas sublinhou que "varia de caso para caso porque cada pessoa
tem uma estrutura cerebral e um funcionamento muito particular".
"De fato há estudos que apontam para a hipótese de que os
esquerdinos tenham uma rapidez de raciocínio em determinadas áreas,
especificamente no raciocínio lógico matemático e também na inteligência verbal
e na inteligência espacial, mas isto carece de novos estudos que venham a
confirmar", disse Nélson Lima. O especialista acrescentou que o raciocínio
lógico matemático é o que comanda a racionalidade, o pensamento objetivo, o planejamento
ou a rapidez de resposta nas atividades que exijam menos envolvimento emocional
e a inteli- gência espacial a capacidade para nos orientarmos no espaço que nos
rodeia.
"Aparecem muitos esquerdinos com essas habilidades mais desenvolvidas
do que pessoas com igual nível de inteligência, mas que não são
esquerdinos", revelou. Nélson Lima apontou igualmente que em faixas
etárias mais baixas, ou seja, nas crianças, há muitos esquerdinos que são
sobredotados.
"Não quer dizer que haja mais esquerdinos sobredotados do que
destros, mas o que acontece é que dentro dos esquerdinos há um elevado número
de crianças sobredotadas e este simples facto dá que pensar", defendeu
Nélson Lima, acrescentando não haver dados estatísticos concretos.
Canhotos podem utilizar mais o cérebro do que os destros:
(Ana Ligia Noale) - O que une Adolf Hitler, Bill Gattes, Angelina Jolie, Maradona e o novo presidente dos Estados Unidos Barack Obama? Todos são canhotos e fazem parte de um seleto grupo de cerca de 4% da população mundial que escreve com a mão esquerda.
Segundo o neurologista Egberto Gustavo do Carmo, nos destros, o lado esquerdo
do cérebro é o mais desenvolvido, porque o cérebro exerce um comando cruzado,
ou seja, a parte direita do corpo é comandada pelo hemisfério cerebral
esquerdo, enquanto a parte esquerda é comandada pelo hemisfério cerebral
direito. "Os destros têm o domínio da linguagem do lado esquerdo do
cérebro, ou seja, no lado oposto ao que escrevem", afirma Egberto.
De acordo com o neurologista, os canhotos escrevem com a mão esquerda e podem
ter o domínio da linguagem no mesmo lado, o esquerdo, ou no direito. "Isso
não significa que os canhotos sejam mais inteligentes. Mas certos estudos indicam
que a porcentagem de canhotos com QI elevado é superior ao estatisticamente
esperado", destaca o médico.
Egberto conta que o hemisfério direito do cérebro, o que os canhotos mais usam,
é responsável pelas habilidades artísticas, sentimentos, emoções e expressões.
"Por desenvolver melhor estas habilidades, os canhotos tendem a se
interessar por áreas culturais como arte, cinema, teatro e música.
Os canhotos
famosos incluem o ator Charles Chaplin, o
pintor Leonardo da Vinci e o piloto
Ayrton Senna, entre outros", afirma o médico. Nos esportes, Egberto diz
que muitos canhotos se destacam por serem ligeiramente mais rápidos. "No
futebol, diversos jogadores se celebrizaram pelo show de bola que se mostraram
capazes com a perna esquerda. Exemplo de Maradona e Rivelino", destaca o
médico.
Nos Estados Unidos e na Europa existem associações de canhotos, que batalham
por seus direitos - igualdade de oportunidades no trabalho, por exemplo. No
Brasil, uma Associação Brasileira de Canhotos (Abracan) surgiu no final da
década de 70, e conseguiu apoios ilustres, como o do então presidente João
Figueiredo, um canhoto; também conseguiu do governo Paulo Maluf, de São Paulo,
a determinação de que ao menos 5% das carteiras nas escolas públicas sejam para
canhotos, isto é, com a mesinha de apoio no lado esquerdo. Em 1982, porém, a
Abracan fechou por falta de recursos, deixando milhões de brasileiros canhotos
sem apoio.
"O lado esquerdo é o responsável pelo raciocínio lógico. Já o hemisfério direito pelas emoções e criatividade. Seria benéfico se as pessoas pudessem buscar o equilíbrio para uma melhor qualidade de vida e evolução da espécie", finaliza o neurologista.
"O lado esquerdo é o responsável pelo raciocínio lógico. Já o hemisfério direito pelas emoções e criatividade. Seria benéfico se as pessoas pudessem buscar o equilíbrio para uma melhor qualidade de vida e evolução da espécie", finaliza o neurologista.
Canhotos ainda são um mistério para a ciência; veja teorias:
O mistério não é recente. No século
19, o médico Cesare Lombroso, fundador da Escola Italiana de Criminologia
Positivista, propunha conexão entre a dominância da mão esquerda e uma
evidência patológica de primitivismo e criminalidade. Os estudos do médico italiano
chegaram a ser relacionados com os princípios das ideias de eugenismo na
Europa. Canhotos foram chamados de feiticeiros e de doentes, e muitos não
tinham coragem de se assumir, devido ao preconceito reinante então. Embora a
ciência já tenha abandonado há tempo esses conceitos, a gênese da mão esquerda
dominante segue um desafio para os pesquisadores.
O resultado dessa teoria de Lombroso e
outras afirmações similares é que, no Brasil, assim como em outros países
ocidentais, os canhotos eram mal tratados até meados do século 20. Muitas
pessoas contam que eram vítimas de repressão e tinham a mão esquerda amarrada
para que treinassem o uso da direita.
No século 18, o cientista, jornalista
e diplomata Benjamin Franklin relatou, em um ensaio, as agruras sofridas pela
mão esquerda e incitou a uma mudança de percepção dos educadores: "Me
dirijo a todos os amigos da juventude e os convoco a direcionar sua compaixão
ao meu destino triste para remover os preconceitos dos quais sou vítima".
Ele assina o texto como se fosse a própria mão esquerda a sua autora, embora
não se tenha provas concretas de que Franklin fosse de fato canhoto.
10%
de canhotos
Atualmente, há muitas premissas positivas em relação aos que preferem usar a mão esquerda. O Instituto Francês de Esporte e Educação Física afirma que os esportistas canhotos, especialmente atletas de atividades individuais como esgrima e boxe, têm melhor desempenho.
Atualmente, há muitas premissas positivas em relação aos que preferem usar a mão esquerda. O Instituto Francês de Esporte e Educação Física afirma que os esportistas canhotos, especialmente atletas de atividades individuais como esgrima e boxe, têm melhor desempenho.
O tema, no entanto, ainda é muito
estudado e ganha contornos diferentes com o desenvolvimento de novas
tecnologias de análise do cérebro. Mesmo assim, até hoje, ninguém sabe explicar
por que há uma predominância tão grande de destros na sociedade. A população
mundial é composta por apenas 10% de canhotos, segundo números da Organização
Mundial da Saúde.
Teorias
A premissa patológica mais séria, ou talvez mais ofensiva, é de que os canhotos tenham sofrido sérios danos ao cérebro durante o nascimento. Porém a teoria, de autoria do pesquisador Stanley Coren, da Universidade de British Columbia, é contestada nos meios acadêmicos por não ter evidências suficientes e não apontar especificamente as causas genéticas.
Evidências do aumento da possibilidade
de nascimento de canhotos estão em um estudo dinamarquês publicado em 2003. Os
dados referem-se a um grupo de 834 mães daquele país e seus filhos de três
anos. Os resultados mostraram que as grávidas que sofreram eventos traumáticos
durante a gestação, como a morte de uma pessoa próxima ou demissão, tinham
probabilidade praticamente quatro vezes maior de gerarem um filho canhoto.
Estudar
o cérebro
A importância do estudo dos canhotos não é subestimada pela comunidade científica. As mais recentes pesquisas sugerem que descobrir por que há predominância de uma mão sobre a outra ajudará a descobrir detalhes sobre transtornos relacionados ao desenvolvimento do cérebro, como esquizofrenia, dislexia, déficit de atenção e hiperatividade. Segundo alguns estudos, esses transtornos são mais comuns em canhotos. Estima-se que cerca de 20% dos canhotos têm esquizofrenia, apesar de as causas permanecerem desconhecidas. Como todo o mistério que recobre o assunto, há pesquisas que relativizam essa tendência.
A importância do estudo dos canhotos não é subestimada pela comunidade científica. As mais recentes pesquisas sugerem que descobrir por que há predominância de uma mão sobre a outra ajudará a descobrir detalhes sobre transtornos relacionados ao desenvolvimento do cérebro, como esquizofrenia, dislexia, déficit de atenção e hiperatividade. Segundo alguns estudos, esses transtornos são mais comuns em canhotos. Estima-se que cerca de 20% dos canhotos têm esquizofrenia, apesar de as causas permanecerem desconhecidas. Como todo o mistério que recobre o assunto, há pesquisas que relativizam essa tendência.
O
professor de psicologia da Northwestern University Robin Nusslock explicou em
entrevista ao Terra que canhotos são proibidos de algumas
investigações neurológicas. "(Os canhotos) Não podem participar porque se
sabe que o cérebro deles é diferente. Nas minhas pesquisas sobre desordens
psicológicas e de humor, nunca um canhoto participou", revelou o
especialista.
Os hemisférios
O córtex cerebral é dividido em dois hemisférios. Cada hemisfério é dividido em
quatro lóbulos. Os lóbulos frontais direito e esquerdo desempenham diversas
tarefas para a resolução de problemas e a organização de tarefas. Eles também
controlam partes da fala e do movimento, incluindo o controle das mãos e a
razão por trás das emoções. De maneira geral, o hemisfério esquerdo controla o
lado direito do corpo, e vice-versa. Por isso, o cérebro de um canhoto não é
igual ao de um destro. Até que ponto se configuram as diferenças, não se sabe
ao certo.
A divisão cerebral é muito complexa.
Ao longo do século 20, estudos revelaram distinções básicas entre o lado
direito do cérebro, responsável pelas emoções, e o lado esquerdo, responsável
pela razão e pela lógica. Nos anos 1980 e 1990, no entanto, a dicotomia
certeira passou a se esvanecer. As tarefas realizadas e coordenadas pelos dois
hemisférios se misturam e interligam muito mais do que se imaginava.
Em seu
livro Fantasmas do Cérebro, o neurocientista britânico V. S.
Ramachandran sugere uma interpretação para o processamento dos impulsos
sensoriais recebidos pelo cérebro: "A tarefa do hemisfério esquerdo é
criar um sistema de crença ou modelo e categorizar as experiências nesse
sistema... A tarefa do hemisfério direito é brincar de advogado do diabo,
questionar o status quo e procurar inconsistências globais".
Sarcasmo
Muitas dessas descobertas ocorrem com pacientes que tiveram lesões em um ou outro lado do cérebro. Um exemplo se encontra no livro Left Stuff (Como os canhotos sobreviveram e tiveram sucesso em uma sociedade de destros, 2009, de Melissa Roth): "Se um paciente com uma lesão no hemisfério direito ouve alguém dizer 'Bom trabalho' em um tom sarcástico, ele pode ficar confuso e não interpretar corretamente o significado do comentário. Enquanto o hemisfério esquerdo pode processar significados literais da linguagem, ele precisa da parte direita para compreender elementos subjetivos do discurso, como a entonação.
Muitas dessas descobertas ocorrem com pacientes que tiveram lesões em um ou outro lado do cérebro. Um exemplo se encontra no livro Left Stuff (Como os canhotos sobreviveram e tiveram sucesso em uma sociedade de destros, 2009, de Melissa Roth): "Se um paciente com uma lesão no hemisfério direito ouve alguém dizer 'Bom trabalho' em um tom sarcástico, ele pode ficar confuso e não interpretar corretamente o significado do comentário. Enquanto o hemisfério esquerdo pode processar significados literais da linguagem, ele precisa da parte direita para compreender elementos subjetivos do discurso, como a entonação.
O
mistério continua
Em 2007, uma descoberta que causou certo alvoroço entre os especialistas foi a denominação de um gene chamado LRRTM1. Alguns chegaram a afirmar que esse gene era a raiz ou o principal fator para uma pessoa nascer canhota. Contudo o pesquisador Clyde Franks disse, em entrevista ao Terra, que isso não é exatamente assim. O professor visitante de Oxford revela que o gene é apenas um aspecto importante do funcionamento do cérebro. "O LRRTM1 é apenas o fator que sabemos que é de maior contribuição. Esse gene afeta a assimetria do cérebro, uma das causas de esquizofrenia e mudanças bruscas de comportamento", explicou.
Em 2007, uma descoberta que causou certo alvoroço entre os especialistas foi a denominação de um gene chamado LRRTM1. Alguns chegaram a afirmar que esse gene era a raiz ou o principal fator para uma pessoa nascer canhota. Contudo o pesquisador Clyde Franks disse, em entrevista ao Terra, que isso não é exatamente assim. O professor visitante de Oxford revela que o gene é apenas um aspecto importante do funcionamento do cérebro. "O LRRTM1 é apenas o fator que sabemos que é de maior contribuição. Esse gene afeta a assimetria do cérebro, uma das causas de esquizofrenia e mudanças bruscas de comportamento", explicou.
Ele afirmou também que sabemos ainda
muito pouco sobre a biologia dos canhotos e que levará tempo até chegarmos a
uma descoberta definitiva. "Nada sobre os processos moleculares é
entendido. Se começa por aí. O que sabemos é que temos uma tendência muito
maior a sermos destros, e ser canhoto é uma variação do padrão genético
humano", relatou Francks.
Um estudo, conduzido pela psicóloga
Ruth Propper, da Universidade de Merrimack, nos EUA, mostrou que, em pessoas
canhotas (as ambidestras também entram na dança), as
duas metades do cérebro se
comunicam de forma levemente diferente do que nas destras.
Por consequência disso, acabam
interagindo mais com as áreas que produzem emoções negativas, o
que torna os canhotos mais sujeitos a variações de humor – tendendo ao mau.
Um mau humor, convenhamos, até
justificável.
O estudo, publicado no Journal of Nervous and Mental Disease, aponta que, além da diferença
biológica, as frustrações “por viver em um mundo feito para destros”
– onde tudo, de abridores de garrafa a tesouras, é desenhado, na maior parte das
vezes, “sem levá-los em consideração” – também ajudam a tornar os dias do amigo
canhoto um pouquinho mais cinzas.
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