Às vezes, uma dor me desespera...
Nestas ânsias e dúvidas em que ando.
Cismo e padeço, neste outono, quando
Nestas ânsias e dúvidas em que ando.
Cismo e padeço, neste outono, quando
Calculo o que perdi na primavera.
Versos e amores sufocaram calando,
Sem os gozar numa explosão sincera...
Ah! Mais cem vidas! com que ardor quisera
Mais viver, mais penar e amar cantando!
Sinto o que desperdicei na juventude;
Choro, neste começo de velhice,
Mártir da hipocrisia ou da virtude,
Os beijos que não tive por tolice,
Por timidez o que sofrer não pude,
E por pudor os versos que não disse!
O remorso é a única dor da
alma, que nem a reflexão nem o tempo atenuam.
Sempre agir por impulso, sem
qualquer dúvida ou remorso. Sempre firme quanto ao que falar ou fazer. O
comportamento sempre dependeu do humor, das vontades, e por mais que nem todas
as escolhas tenham sido acertadas, isso justifica deixar livre de qualquer
arrependimento.
Entretanto, nesses últimos dias mal posso reconhecer a criança que aparece de relance no espelho. A criança que se evita encarar. Tanta coisa é preciso dizer, tanta coisa a fazer. Sentimentos suplicam para sair de dentro da alma. Tudo que precisa guardar e esquecer que algum dia se colocar para fora.
Escrever rascunhos todos os dias. Rabiscaros imaginários de cartas e nunca colocar no papel, esboços de e-mails e mensagens de celular que é preferível colocar na caixa de não enviadas a apertar o botãozinho verde que as encaminhariam ao seu destinatário.
Às vezes temos tanto a dizer, tanto a demonstrar, que nenhuma palavra parece ser mais eficaz do que o silêncio. Às vezes olhos marejados de lágrimas dizem mais do que páginas e mais páginas de texto.
Entretanto, nesses últimos dias mal posso reconhecer a criança que aparece de relance no espelho. A criança que se evita encarar. Tanta coisa é preciso dizer, tanta coisa a fazer. Sentimentos suplicam para sair de dentro da alma. Tudo que precisa guardar e esquecer que algum dia se colocar para fora.
Escrever rascunhos todos os dias. Rabiscaros imaginários de cartas e nunca colocar no papel, esboços de e-mails e mensagens de celular que é preferível colocar na caixa de não enviadas a apertar o botãozinho verde que as encaminhariam ao seu destinatário.
Às vezes temos tanto a dizer, tanto a demonstrar, que nenhuma palavra parece ser mais eficaz do que o silêncio. Às vezes olhos marejados de lágrimas dizem mais do que páginas e mais páginas de texto.
O remorso é no moral o que a dor é no físico da nossa individualidade:
advertência de desordens que se devem reparar.
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