O que está acontecendo nos nossos
relacionamentos? O nosso problema está no fato da nossa vida ser vazia e de não
conhecermos o amor; conhecemos sensações, conhecemos exigências sexuais, mas
não há amor! E como se faz para transformar esse vazio, como encontrar essa
chama sem fumaça? Esta é, por certo, a pergunta, não é?
Krishnamurti.
O ser humano busca o equilíbrio entre
aquilo que é “seu ideal de relacionamento” e aquilo que é “possível
conseguirem”. O problema é que temos como referência sempre o nosso ideal e
acabamos nos lamentando, nos magoando diante daquilo que conseguimos, e não
enfrentamos as situações reais e concretas.
Assim, todas as nossas ações estão nos
levando ao auto isolamento que cria uma sensação de vazio, um sentimento
frustrante. Vazios, procuramos nos preencher com internet, televisão, com
tagarelices, com a leitura, com a aquisição de conhecimento, com a
respeitabilidade, com dinheiro, com posição social e por aí afora. Mas tudo
isso é parte do processo de isolamento e, portanto, o reforça.
Costumamos dizer que o problema está
“na família”, que hoje as pessoas não valorizam esta instituição. Pode
acontecer que “a família” ou “a falta dela” desencadeie alguns problemas em
pessoas muito sensíveis, mas “o coração do problema está em cada um de nós,
individualmente, que juntos, constituímos essa família”. Sabemos muito bem que
a nossa existência tem pouco significado sem um propósito superior, sem um
relacionamento edificante, sem compartilhar nossos ideais, sem caminhar pela
vida com a certeza que iremos chegar ao fim dela já velhota, cercada de pessoas
queridas ao nosso lado.
Vivemos a repetir frases e pensamentos
de líderes religiosos, políticos ou intelectuais, como Cristo, Mário Quintana
ou Nelson Mandela, mas como diz Krishnamurti, “somos apenas fitas gravadas que
repetem, e damos a essa repetição o nome de conhecimento”. Aprendemos e
repetimos, mas a nossa vida continua superficial e vazia.
Por quê? Por que os nossos
relacionamentos são tão superficiais, estéreis e sem muito sentido? É esse o
estado atual da vida da maioria: vida social intensa, muitos amigos, rótulos,
posses, status, e vazio... Um grande vazio!
Como sair dessa solidão, desse vazio,
dessa insuficiência, dessa pobreza interior?
Conhecemos esse vazio, esse sentimento
de frustração porque existe em nós “superficialidade”, e só podemos compreender
isso quando a abordamos por meio da “consciência dentro dos relacionamentos”.
Na prática isso significa buscar primeiro um profundo autoconhecimento e,
depois, procurar conhecer o outro. Isso, poucos desejam fazer, dá muito
trabalho! A maioria fica satisfeita consigo mesmo, como se comporta; não
procura ajuda para descobrir algo que possa melhorar a qualidade dos
relacionamentos e prefere permanecer do mesmo jeito e nisso reside a verdadeira
dificuldade...
Ou fazemos pior: "nas nossas
fases de grande vazio existencial" vamos atrás de amores descartáveis e
acabamos escolhendo qualquer relação, principalmente a que trouxer prazer
imediato. Assim, para a maioria, a vida é um processo de isolamento, de
resistência, de ajustamento a um padrão; e, naturalmente, nesse processo não há
vida, existe só a sensação de vazio, de frustração.
Amar alguém é estar em comunhão com
essa pessoa. E comunhão não significa perder a identidade, ao contrário,
significa “estar unidos em essência, apesar das diferenças”, compartilhar a
essência e compreender as diferenças, pois são exatamente elas que acabam com a
nossa temida rotina. Porém, nós não conhecemos esse amor verdadeiro e buscamos
algo novo, que nos satisfaça, que nos livre da solidão e do vazio. Uma nova
segurança, uma nova maneira de nos relacionarmos, outra maneira de vivermos, o
que é mais um processo de isolamento, ou melhor, acabamos encontrando, “a mesma
coisa numa outra forma”.
Vazio existencial é vazio espiritual;
é vazio na vida; é falta de bem viver e em se adaptar. Para sair dessa
condição, o ser humano precisa ir além de um simples desejo de mudança; é preciso
compreender o outro e para compreender alguma coisa, precisamos primeiro “amar
aquilo que desejamos compreender”. Se quisermos compreender o outro,
precisamos, antes de tudo, entrar em “comunhão” com ele; observá-lo, olhar para
ele, contemplá-lo e estudá-lo. Sem pressa, sem ansiedade, porque o amor entre
almas é tão intenso, tão sentido por nós, que ninguém, nem mesmo o tempo,
consegue apagar de nossas vidas.
Disse Lord Maitreya:
“Os problemas da humanidade são reais,
mas têm solução. A solução está ao seu alcance. Tome a necessidade dos seus
irmãos como a medida para sua ação e resolva os problemas do mundo. Não há
nenhum outro caminho. Cada pessoa é um farol e divide a sua luz com seus
irmãos. Faça brilhar a sua lâmpada, ilumine e mostre o caminho. Todos são
necessários. Ninguém é tão pequeno ou jovem que não possa tomar parte neste
Grande Plano para salvar e reabilitar o nosso mundo. Resolva agir e saiba que a
Minha ajuda não faltará".
por Lean Akbar
Texto revisado por Cris
por El Morya Luz da Consciência -
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