sábado, 2 de junho de 2012

Simetria corporal




O ideal de beleza clássica era o homem imutável e perfeito que existia implicitamente na espécie humana. Comparava-se Beleza com o prazer que se experimentava ao contemplar essas primeiras formas eternas; fruto mais do intelecto que dos sentidos. Assim, para Leonardo Da Vinci, a altura do homem ideal era de 8 cabeças, para Durero, de 7. O centro do corpo é o umbigo, que divide o corpo em duas partes; e a relação entre ambas também obedece a regra da Divina Proporção.

O rosto pode ser dividido em três partes iguais: superior, meio e inferior. O nariz e a boca correspondem a testa. A orelha tem a mesma inclinação que o nariz e, ao mesmo tempo, orelha e nariz têm a mesma longitude do dedo polegar. O espaço compreendido entre os dois olhos é equivalente ao tamanho do olho, que por sua vez, corresponde ao tamanho da base do nariz.


A aplicação rigorosa de padrões e medidas acadêmicas na Arte teve uma repercussão negativa, pois somente eram consideradas belas e perfeitas as obras que se encaixavam neste esquema prefixado pelos predecessores.

Semelhante maneira de conduzir a estética levaria, obrigatoriamente, à teoria da imitação e, daí, ao culto ao estereotipo, às frases feitas, às criações segundo uma regra fixa, com receita, tanto na literatura como nas Artes Plásticas.
                                                    
Podemos observar essa assimetria, de forma bem evidente, traçando uma linha vertical sobre a fotografia de um rosto, dividindo-o em duas partes. Se juntarmos dois lados esquerdos e dois lados direitos, veremos que se formaram dois rostos com pouca ou nenhuma semelhança entre si.


Não são, tampouco, ambos os lados de igual tamanho. Um é predominantemente maior que outro, geralmente é o direito, (nos canhotos, o esquerdo). Para comprová-lo basta juntar as próprias mãos e comparar seus tamanhos.

A estética, portanto, não é a ciência do belo; não tem como objetivo definir o ideal que a humanidade leva consegue há séculos. A missão da estética é reconhecer a singularidade deste ideal, é ensinar que este ideal é apenas uma abstração da própria vida.

A estética, a partir dessas observações, deduz um determinado número de princípios, que não são regras, mas fórmulas concretas de um ideal sempre presente pôr nunca realizado de modo definitivo; pelo menos no que se refere à estética moderna.

Egípcios, gregos, e mais tarde, no renascimento, os artistas e filósofos, tentando compreender a beleza do Universo, buscaram um padrão de proporções perfeitas: medir e converter em números, o sutil equilíbrio entre as partes e o todo. Para Pitágoras harmonia era a singularidade das diversidades: a integração dos contrários, dos opostos.


 Viu como nós somos perfeitos! 



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