A língua portuguesa possui inúmeras expressões interessantes. Muitas
vezes, elas permanecem imutáveis ao longo de anos, representando um forte papel
cultural para o idioma. Existem pessoas que se ocupam em pesquisar e descobrir
a origem das expressões, que podem ser fundamentadas na cultura do próprio
país, ou ainda ter influência estrangeira, mitológica, religiosa, histórica,
etc.
Sabe-se que as expressões são adquiridas no contato direto com a língua, na
socialização dos indivíduos. De acordo com estudos, a partir dos cinco ou seis
anos, as crianças começam a usar algumas expressões e, daí em diante continuará
a enriquecer o seu dicionário mental para sempre.
Veja agora mesmo a origem das expressões a seguir:
Veja agora mesmo a origem das expressões a seguir:
Névoa baixa, sol que racha: Ditado muito falado no meio rural. A
Climatologia o confirma. O fenômeno da névoa ocorre geralmente no final do
inverno e começo do verão. Conhecida também como cerração, a névoa fica a baixa
altitude pela manhã provocando um aumento rápido da temperatura para o período
da tarde.
Sem eira nem beira: Significa pessoas sem bens, sem posses. Eira é um terreno de terra batida ou cimento onde grãos ficam ao ar livre para secar. Beira é a beirada da eira. Quando uma eira não tem beira, o vento leva os grãos e o proprietário fica sem nada. Na região nordeste este ditado tem o mesmo significado mas outra explicação. Dizem que antigamente as casas das pessoas ricas tinham um telhado triplo: a eira, a beira e a tribeira como era chamada a parte mais alta do telhado. As pessoas mais pobres não tinham condições de fazer este telhado, então construíam somente a tribeira ficando assim "sem eira nem beira".
Lua de mel: A expressão vem do inglês honeymoon.
Na Irlanda, na Idade Média, os jovens recém-casados tinham o costume de tomar
uma bebida fermentada chamada mead – ou hidromel, composta de
água, mel, malte, levedo, entre outros ingredientes. O mel era considerado uma
fonte de vida, com propriedades afrodisíacas. A bebida deveria ser consumida
durante um mês (ou uma lua).
Por essa razão, esse período passou a ser chamado de “lua de mel”.
Por essa razão, esse período passou a ser chamado de “lua de mel”.
Casa da mãe Joana: A expressão "casa da mãe
Joana" alude a um lugar em que vale tudo, onde todo mundo pode entrar,
mandar, uma espécie de grau zero de organização. A mulher que deu nome a tal
casa viveu no século 14. Joana era condessa de Provença e rainha de Nápoles
(Itália). Teve a vida cheia de confusões. Em 1347, aos 21 anos, regulamentou os
bordéis da cidade de Avignon, onde vivia refugiada. Uma das normas dizia:
"o lugar terá uma porta por onde todos possam entrar". "Casa da
mãe Joana" virou sinônimo de prostíbulo, de lugar onde impera a bagunça.
Chegar de mãos abanando: A origem mais aceita para a expressão
está relacionada com os imigrantes que chegavam ao Brasil no século 19.
Eles costumavam trazer da Europa ferramentas para o cultivo da terra, como foices e enxadas, além de animais, como vacas e porcos.
Uma ferramenta poderia indicar uma profissão, uma habilidade, demonstrava disposição para o trabalho. O contrário, chegar de mãos abanando, indicava preguiça. Atualmente, quando uma pessoa vai a uma festa, mandam os bons modos que leve um presente. Se não o faz, diz-se que “chegou com as mãos abanando”.
Eles costumavam trazer da Europa ferramentas para o cultivo da terra, como foices e enxadas, além de animais, como vacas e porcos.
Uma ferramenta poderia indicar uma profissão, uma habilidade, demonstrava disposição para o trabalho. O contrário, chegar de mãos abanando, indicava preguiça. Atualmente, quando uma pessoa vai a uma festa, mandam os bons modos que leve um presente. Se não o faz, diz-se que “chegou com as mãos abanando”.
Pensando na morte da bezerra: A história mais aceitável para
explicar a origem da expressão é proveniente das tradições hebraicas, onde os
bezerros eram sacrificados para Deus como forma de redenção de pecados.
Conta-se que certa vez um rei resolveu sacrificar uma bezerra e que seu filho menor, que tinha grande carinho pelo animal, opôs-se. Independentemente disso, a bezerra foi oferecida aos céus e afirma-se que o garoto passou o resto de sua vida pensando na morte da bezerra. Assim, estar “pensando na morte da bezerra” significa estar distante, pensativo, alheio a tudo.
Conta-se que certa vez um rei resolveu sacrificar uma bezerra e que seu filho menor, que tinha grande carinho pelo animal, opôs-se. Independentemente disso, a bezerra foi oferecida aos céus e afirma-se que o garoto passou o resto de sua vida pensando na morte da bezerra. Assim, estar “pensando na morte da bezerra” significa estar distante, pensativo, alheio a tudo.
Farinha do mesmo saco: "Homines sunt ejusdem farinae" (São homens da mesma farinha, em latim) é a origem dessa expressão, utilizada para generalizar um comportamento reprovável. A metáfora faz referência ao fato de a farinha de boa qualidade ser posta em sacos separados, para não ser confundida com a de qualidade inferior. Assim, utilizar a expressão "farinha do mesmo saco" é insinuar que os bons andam com os bons, enquanto os maus preferem os maus.
Dor de cotovelo: A expressão teve origem nas cenas de pessoas sentadas em bares, com os cotovelos apoiados no balcão, bebendo e chorando a dor de um amor perdido. De tanto permanecerem naquela posição, as pessoas ficavam com dores nos cotovelos. Atualmente, é muito comum utilizar essa expressão para designar o despeito provocado pelo ciúme ou a tristeza causada por uma decepção.
Motorista barbeiro: Antigamente, os barbeiros eram conhecidos não apenas por realizar o corte de cabelo e barba, mas também por desempenhar tarefas como: extração de dentes, remoção de calos e unhas, entre outros. Geralmente, os serviços extra deixavam consequências desagradáveis aos clientes. No século 15, o termo “barbeiro” era atribuído a atividades mal executadas. Com o tempo, passou a ser relacionado aos motoristas. Daí a expressão “motorista barbeiro”, ou seja, mau motorista.
Guardar a sete chaves: No século 13, baús eram usados para guardar joias
e documentos da corte de Portugal. Cada baú tinha quatro fechaduras e era
aberto por quatro chaves distribuídas entre funcionários do reino. Com o tempo,
os baús caíram em desuso. E algo que antes estava bem “guardado a quatro
chaves”, passou a ser “guardado a sete chaves”, devido ao misticismo associado
ao número 7. Esse misticismo originou-se nas religiões primitivas babilônicas e
egípcias, que cultuavam os sete planetas conhecidos na época. Assim, a
expressão “guardar a sete chaves” está relacionada ao ato de guardar algo com
segurança e sob sigilo absoluto.
Tintim por tintim: Corrente tanto no português do Brasil como em
Portugal, a expressão "tintim por tintim" é utilizada para falar de
alguma coisa descrita em seus mínimos detalhes. Segundo o filólogo brasileiro
João Ribeiro, “tintim é a onomatopeia do tilintar de moedas”, ou seja, tintim é
o barulho que uma moeda faz quando cai sobre outra. Em sua origem, a expressão
“tintim por tintim” era usada para se referir a uma conta ou dívida paga até a
última moeda. Assim, quando queremos obter informações precisas sobre algum
fato ou situação, costumamos dizer: "Conte-me tudo, tintim por tintim”.