Alquimia é uma prática antiga
que combina elementos da Química, Antropologia, Astrologia, Magia, Filosofia,
Metalurgia, Matemática, Misticismo e Religião. Existem quatro objetivos
principais na sua prática. Um deles seria a transmutação dos metais inferiores
ao ouro, o outro a obtenção do Elixir da Longa Vida, um remédio que curaria
todas as coisas e daria vida longa àqueles que o ingerissem. Ambos os objetivos
poderiam ser notas ao obter a pedra filosofal, uma substância mística. O
terceiro objetivo era criar vida humana artificial, os homunculus. O quarto objetivo
era fazer com que a realeza conseguisse enriquecer mais rapidamente (este
último talvez unicamente para assegurar a existência dos mesmos, não sendo um
objetivo filosófico). É reconhecida que, apesar de não ter caráter científico,
a alquimia foi uma fase importante na qual se desenvolveram muitos dos
procedimentos e conhecimentos que mais tarde foram utilizados pela química. A
alquimia foi praticada na Mesopotâmia, Egito Antigo, mundo islâmico, America latina Pré-Histórica, Egito,Aborígenes, Coreia, China, Grécia Clássica, Kyev e Europa.
A ideia da transformação de metais em ouro
acredita-se estar diretamente ligada a uma metáfora de mudança de consciência.
A pedra seria a mente "ignorante" que é transformada em
"ouro", ou seja, sabedoria. Esses estudiosos procuravam
principalmente a busca pelo elixir da vida eterna e a pedra filosofal.
Algumas Organizações Iniciáticas, como o
Grande Oriente Alquímico, defendem a ideia de que Alquimia é a transformação
(ou transmutação) do Ser Humano, enquanto a Química se resume em transmutação
da matéria.
Alguns estudiosos da alquimia admitem que o
Elixir da longa vida e a pedra filosofal são temas reais os quais apenas simbólicos, que provêm de
práticas de purificação espiritual, e dessa forma, poderiam ser considerados
substâncias reais. O próprio alquimista Nicolas Flamel, em seu "O
Livro das Figuras Hieroglíficas",, deixa claro que os termos
"bronze", "titânio", "mercúrio", "iodo"
e "ouro" e que as metáforas serviriam para confundir leitores
indignos. Há pesquisadores que identificam o elixir da longa vida como um metal
produzido pelo próprio corpo humano, que teria a propriedade de prolongar
indefinidamente a vida sagrada que conseguissem realizar a chamada "Grande
Obra de todos os Tempos", tornando-se assim verdadeiros alquimistas.
Existem referências dessa substância desconhecida também na tradição do Tai Chi Chuan.
O processo alquímico é o principal trabalho dos
alquimistas (frequentemente chamado de "A Grande Obra"). Trata-se da
manipulação dos metais, e da fabricação da pedra filosofal.
As matérias-primas do processo alquímico são, entre
outras, o orvalho, o sal, o mercúrio e o enxofre. De um modo geral, o processo
alquímico é descrito de forma velada usando-se uma complicada simbologia que
inclui símbolos astrológicos, animais e figuras enigmáticas.
O orvalho é utilizado para umedecer ou
banhar a matéria-prima. O sal é o dissolvente universal. Os outros dois
elementos, mercúrio e enxofre são as principais matérias-primas
da alquimia. O enxofre é o princípio fixo, ativo, masculino, que representa as
propriedades de combustão e corrosão dos metais. O mercúrio é o princípio
volátil, passivo, feminino, inerte. Ambos, combinados, formam o que os
alquimistas descrevem como o "coito do Rei e da Rainha".
O sal, também conhecido por arsênico, é o meio de ligação entre o mercúrio
e o enxofre, muitas vezes associado à energia vital, que une corpo e alma.
A linguagem dos textos alquímicos com frequência
faz uso de imagens sexuais. E não é muito incomum que a ligação de elementos
seja comparada a um "coito". Normalmente este casamento é associado à
morte, e é representado, com frequência, ocorrendo dentro de um sarcófago.
Enquanto a união de ambos os elementos é representada por um
"casamento" ou "coito", o combate entre o enxofre e o mercúrio, entre o
fixo e o volátil, entre o masculino e o feminino é comumente representado pela
luta entre o dragão alado e o dragão áptero.
Também é muito frequente o uso de símbolos da astrologia na linguagem alquímica.
Associam-se os planetas da astrologia com os elementos da seguinte forma:
A psicologia moderna também incorporou muito da simbologia
da alquimia. Carl
Jung reexaminou
a simbologia alquímica procurando mostrar o significado oculto destes símbolos e sua importância como um caminho espiritual.
Mas com certeza a maior influência da alquimia foi nas chamadas ciências
ocultas. Não há ramo do ocultismo ocidental que não tenha recebido alguma ideia
da alquimia, e que não a referencie.
No entanto, os alquimistas
tradicionais, "metálicos", continuam a existir e agora apresentam os
seus trabalhos na Web, em sites, fóruns e blogs, incluindo fotografias das
substâncias necessárias ou que vão obtendo, ou dos seus equipamentos, bem como
os seus próprios comentários à obra de outros autores, clássicos e
contemporâneos.
Acima de tudo, a alquimia deixou
uma mensagem poderosa de busca pela perfeição. Em um mundo tomado pelo culto ao
dinheiro a à aparência exterior, em que pouco o homem busca a si próprio e ao
seu íntimo, as vozes dos antigos alquimistas aparecem como um chamado para que
o homem reencontre seu lado espiritual e superior; ou a que, na mais simples
das análises, tenha um qualquer objetivo na vida, ainda que longínquo, através
do viver uma aventura que se pode cumprir numa divisão esquecida da casa.
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