As manifestações de soberba podem ser individuais
ou grupais. Em termos grupais, podemos exemplificar o nacionalismo xenófobo como uma faceta da soberba.
Também todos os tipos de racismo, corporativismo, elitismo, doutrina de povos escolhidos ou
eleitos e outras concepções semelhantes, em que um grupo se firma na crença de
que é superior, demonstram matizes da soberba.
A manipulação da soberba, do orgulho e da pretensão de superioridade de um grupo ou nação pode mobilizar conflitos armados, onde tal sentimento de uma massa humana pouco crítica serve aos interesses políticos, econômicos, ideológicos ou religiosos de seus líderes. Exemplo recente encontra-se na doutrina de superioridade da raça Ariana, que serviu de base ideológica para arregimentar uma nação e desencadear uma Guerra Mundial.
Além deste, podem ser citados o regime de Apartheid que vigorou na África do Sul, a atitude dos colonizadores europeus nos séculos XIX e XX, a atitude recíproca da parcela radical de árabes e judeus, o sistema de castas da sociedade indiana, a Ku Klux Klan norte-americana, entre inúmeros outros. Também se observa processo semelhante na grande maioria das guerras religiosas registradas na História, o que vem contabilizando um sem-número de mortes, mutilações, retaliações, revanchismos e hostilidades de vários gêneros.
A soberba não é privilégio dos ricos. Os pobres
também podem experimentar a soberba ao se considerarem especiais e buscando
fingir serem o que não são. Não só através de bens materiais, pois muitas vezes a pessoa pode
se sentir superior aos outros por acreditar que é o melhor no que faz no que decide
na sua capacidade de resolver situações.
Enquanto o invejoso guarda tal sentimento
para si, se remoendo internamente (talvez até com medo das denotações negativas
que tal sentimento pode compor), o soberbo tende a se mostrar, pois está
enamorado com a própria existência. O soberbo se sente auto-realizado (dentro dos
conceitos propostos na pirâmide de Maslow), querendo mostrar-se para os outros a todo
preço, querendo despertar a inveja e a admiração dos outros, como se isso elevasse
sua estima ao máximo e lhe trouxesse prazer.
Para o soberbo, ele deve
sempre estar no topo, sendo o parâmetro mais alto para as pessoas, despertando
interesse e curiosidade de todos. Quando é
superado, logo o soberbo se sente ameaçado, atingido, sendo tomado pela inveja
no sentido ruim, querendo depreciar os outros e vangloriar-se, sem que para
isso se estruture para se superar ou até fazer uma avaliação da vida, dando-se
em determinado momento por satisfeito.
A correção da soberba ocorre única e
simplesmente por meio da humildade. É agindo com simplicidade que se consegue
combater a soberba nas suas mais diversas formas, evitando a ostentação,
contendo as vaidades e olhando o mundo não
apenas a partir de si, mas principalmente ao redor de si. O soberbo vê o mundo
começando a partir de si, enquanto o correto seria que ele olhasse ao redor,
comparasse, analisasse e traçasse seu caminho individualmente, com virtude e solidariedade.
Mas algumas vezes também pode-se perceber que
o excesso de humildade é sinal de uma soberba focada na inferioridade. Ou seja,
o soberbo não aceita ser como a média, não aceita ser como os demais. Ele
precisa se destacar dos outros sendo o "mais" "maior". Se
não consegue ser o mais inteligente ele então desejará e
será o mais ignorante, falando sobre isso
o tempo todo para que, seu interlocutor ao ouvir a depreciação passe a elogiar
o soberbo mesmo que seja por educação. Mas isso bastará ao soberbo que quer ser
destacado dos outros que são medianos.
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