Aumente seu autocontrole
No instante de fúria, tudo parece conspirar para que você pule no pescoço de alguém: o coração dispara, as pupilas se dilatam, os músculos recebem mais sangue e se preparam para o ataque.
Seria um combate feroz se não fosse seu
próprio cérebro, que, sem você contar até dez, se lembra das prováveis
consequências do embate.
É fácil concluir que não existe vida
social sem autocontrole. A ciência provou e já deu até o endereço de onde fica
a regulação das emoções no cérebro. A boa notícia é que as últimas descobertas
dão esperanças aos mais impulsivos: com treino, dá para melhorar o controle
emocional.
Os treinamentos para autocontrole
envolvem terapia comportamental e técnicas de reconhecimento facial de emoções.
A ideia não é aprender a engolir sapos ou a forjar um pensamento positivo.
"Suprimir a raiva ou o estresse é 'autoilusão', não autocontrole. É
preciso entender o que causa o impulso, não rejeitá-lo”.
Emoções são respostas do organismo a
estímulos internos ou externos. O que determina o tamanho do pavio da pessoa ou
o quanto ela é ansiosa não é só "gênio".
"Há um papel da genética, mas a
influência do ambiente e do comportamento é grande. Quem vive em ambientes com
pessoas ansiosas tem mais tendência a ser ansioso".
Sentir raiva ou nojo, duas emoções
universais, é involuntário e fisiológico: todos sentem.
"Podemos controlar o que fazemos
com as nossas emoções. Para isso, é preciso saber reconhecê-las e
nomeá-las."
JULIANA VINES
Como controlar:
Como o foco da atenção é redirecionado --por exemplo, para a
respiração--, a técnica treina a concentração, fundamental para manter o
controle. As distrações contribuem para que sejamos levados pelas emoções, no
estilo "deixa a vida me levar".
Em um mundo de distrações, concentrar-se não é nada fácil. Quem
nunca meditou pode achar a prática difícil pelo simples fato de precisar ficar
quieto, sem estímulos externos.
O jeito mais simples de conseguir isso é
prestando atenção à respiração. Mas há outras formas, como repetir mentalmente
uma palavra ou expressão ou deixar o pensamento fluir.
O único, porém é que os efeitos não são imediatos.
Os melhores
resultados aparecem em estudos com pessoas que praticam a técnica há mais de
dez anos. "Mas dá para ter uma boa diferença em oito semanas". Ela se
refere a um programa de 45 minutos por dia, com acompanhamento.
Em curto prazo, na hora que der vontade de rodar a baiana, o velho
truque de controlar a respiração ajuda de verdade (veja abaixo como isso pode
ser feito):
Quando alguém tenta se controlar, o principal erro é o de se
concentrar exatamente no sentimento que quer inibir.
"Pensamos: 'Não vou ficar nervosa'. Isso só atrapalha. O
cérebro não entende a negativa. É preciso mudar o foco."
"Quem tem medo de falar em público pode se imaginar em uma situação de completo domínio."
"Quem tem medo de falar em público pode se imaginar em uma situação de completo domínio."
Não basta só pensar no controle emocional. "Controlar as
emoções é apenas um dos aspectos. Se eu não tenho ataques de raiva ou de
ansiedade, mas como desesperadamente, não adianta nada. Há vários tipos de
controle."
É comum a pessoa priorizar uma das áreas -a profissional, por
exemplo- em detrimento das outras. "Há várias esferas: a física, a
psicológica, a profissional. É preciso encarar a vida como uma empresa que tem
que ser gerenciada em vários aspectos, senão vai à falência."
1 – Respirar de forma certa acalma, em
situações de stress prendemos o ar, aumenta o nível de gás carbônico no corpo.
2 – O organismo entende que precisa de
oxigênio e passamos a respirar mais rápido.
3 – O desequilíbrio faz com que aumente
o número de batimentos cardíacos, a pressão arterial e a liberação de hormônios
como adrenalina e cortisol.
No domínio:
1 – inspire pelo nariz contando até
quatro, inflando a barriga.
2 – Retenha o ar por dois tempos
3 – Expire contando até oito; repita o
exercício por mais de ou menos 5 minutos.
Fontes de José Roberto Leite
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