O sonho é uma experiência
que possui significados distintos se for ampliado um debate que envolva religião, ciência e cultura.
Para a ciência, é uma experiência de imaginação do inconsciente durante nosso
período de sono.
Os sonhos noturnos são gerados, na busca pela realização de um desejo
reprimido. Recentemente,
descobriu-se que até os bebês no útero têm sono REM (movimentos rápidos dos olhos)
e sonham, mas não se sabe com o quê. Em diversas tradições culturais e
religiosas, o sonho aparece revestido de poderes premonitórios ou até mesmo de
uma expansão da consciência
Pesadelo - é um sonho penoso com
sensação de opressão torácica e dispneia,
terminando por um despertar sobressaltado ou agitado e com ansiedade.
É uma perturbação
qualitativa do sono (parasónia),
na maior parte das vezes de origem psico afetiva, embora não seja de excluir a
sua etiologia comicial.
A palavra nightmare,
que em língua
inglesa significa
"pesadelo" dizia respeito, há quatrocentos anos, exatamente a um demônio (o incubes) que vinha e
sufocava as pessoas enquanto dormiam.
A fonte dos
pesadelos são uma serie de pensamentos negativos que quando armazenados em
grande escala tomam conta dos pensamentos enquanto se dorme em forma de imagens
e sons criados pelo cérebro.
O psiquiatra suíço Carl
Gustav Jung, baseado na observação dos seus doentes e em experiências
próprias, tornou mais abrangente o papel dos sonhos, que não seriam apenas
reveladores de desejos ocultos, mas sim, uma ferramenta da psique que busca o equilíbrio por meio da
compensação. Ou seja, alguém masculinizado pode sonhar com figuras femininas
que tentam demonstrar ao sonhador a necessidade de uma mudança de atitude.
Na busca pelo equilíbrio,
personagens arquetípicas interagem nos sonhos em um conflito que buscam levar
ao consciente conteúdo do inconsciente.
Entre essas personagens, estão a anima (força feminina na psique dos homens), o animus (força masculina na psique das mulheres) e a
sombra (força que se alimenta dos aspectos não aceitos de nossa personalidade).
Esta última, nos sonhos, é os vilões. Um aspecto muito importante em se atentar
nos sonhos, segundo a linha junguiana, é saber como o sonhador, o protagonista
no sonho (que representa o ego) lida com as forças malignas (a sombra), para se
averiguar como, na vida desperta, a pessoa lida com as adversidades, a
autoridade e a oposição de ideias. Jung aponta os sonhos como forças naturais
que auxiliam o ser humano no processo de individualização.
Ao contrário de Freud, as
situações absurdas dos sonhos para Jung não seriam uma fachada, mas a forma
própria do inconsciente de se expressar. Para o mestre suíço, há os
sonhos comuns e os arquetípicos,
revestidos de grande poder revelador para quem sonha. A interpretação de sonhos
é uma ferramenta crucial para a psicologia analítica, desenvolvida por Jung.
Foi em 1900, com a
publicação de A Interpretação dos Sonhos, que Sigmund
Freud (1856-1939) deu um
caráter científico à matéria. Naquele polêmico livro, Freud aproveita o que já havia sido publicado
anteriormente e faz investidas completamente novas, definindo o conteúdo do
sonho, geralmente como a “realização de um desejo”. Para o pai da psicanálise, no
enredo onírico há o sentido manifesto (a fachada) e o sentido latente (o
significado), este último realmente importante.
A fachada seria um despiste do superego (o censor da psique, que escolhe o que se
torna consciente ou não dos conteúdos inconscientes), enquanto o sentido
latente, por meio da interpretação simbólica,
revelaria o desejo do sonhador por trás dos aparentes. absurdos da narrativa.
Bons sonhos!
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