A doença
de Parkinson ou mal de Parkinson
Descrita pela primeira vez por James Parkinson em 1817, é caracterizada por uma desordem progressiva do movimento devido à disfunção dos neurônios secretores de dopamina nos gânglios da base, que controlam e ajustam a transmissão dos comandos conscientes vindos do córtex cerebral para os músculos do corpo humano. Não somente os neurônios dopaminérgicos estão envolvidos, mas outras estruturas produtoras de serotonina, noradrenalina e acetilcolina estão envolvidas na gênese da doença. O nome "Parkinson" apenas foi sugerido para nomear a doença pelo grande neurologista francês Jean-Martin Charcot, como homenagem a James Parkinson.
A doença de Parkinson é idiopática, ou seja, é uma
doença primária de causa obscura. Há degeneração e morte celular dos neurônios
produtores de dopamina. É, portanto uma doença degenerativa do sistema nervoso
central,
com início geralmente após os 50 anos de idade. É uma das doenças neurológicas
mais frequentes visto que sua prevalência situa-se entre 80 e 160 casos por cem
mil habitantes, acometendo, aproximadamente, 1% dos indivíduos acima de 65 anos
de idade.
É possível que a doença de Parkinson esteja ligada a defeitos sutis nas enzimas envolvidas na degradação das proteínas alfanucleína e/ou parkina (no Parkinsonismo genético o defeito é no próprio gene da alfanucleína ou parkina e é mais grave). Esses defeitos levariam à acumulação de inclusões dessas proteínas ao longo da vida (sob a forma dos corpos de Lewy visíveis ao microscópico), e traduzir-se-iam na morte dos neurônios que expressam essas proteínas (apenas os dopaminérgicos) ou na sua disfunção durante a velhice.
O parkinsonismo caracteriza-se, portanto, pela disfunção ou morte dos neurônios produtores da dopamina no sistema nervoso central. O local primordial de degeneração celular no parkinsonismo é a substância negra, presente na base do mesencéfalo.
Embora seja mais comum em idosos, a doença
também pode aparecer em jovens. Um britânico de 23 anos já foi diagnosticado
com Parkinson e seus sintomas iniciaram com um pequeno tremor na mão aos 19
anos de idade.
Um
procedimento novo e com resultados compensadores tem sido usado em São José do
Rio Preto, região do interior de São Paulo, para estimular portadores de
doenças como o mal de Parkinson. Conhecida como reabilitação em multimídia, usa
programas simples de computador — Word, Excel e Power Point — para estimular a
concentração e a coordenação motora. “Aplicamos uma sequencia de atividades,
como fazer um traçado ou um desenho”, aplicação dos exercícios. “O paciente mexe com
o mouse e o teclado, desenvolvendo a habilidade manual.”
Essa é apenas uma das
novidades que a ciência tem colocado ao alcance dos pacientes que desenvolveram
a doença. Como o Parkinson ainda não tem cura e ataca diretamente os
movimentos, causando tremores, lentidão, rigidez muscular, alterações na fala e
na escrita, os tratamentos que são realizados visam melhorar a qualidade de
vida dessas pessoas. Não combatem o mal, mas minimizam seus efeitos e, em
alguns casos, até impedem o progresso da doença.
É por isso que as terapias,
antes consideradas alternativas, como a acupuntura, também têm conseguido
resultados bastante satisfatórios. “Se estiver na fase inicial, essas técnicas
suavizam os sintomas e até retardam sua evolução”.
Outras alternativas
Quando os medicamentos — como a leve dopa (o mais comum entre os empregados no
tratamento, pois se transforma em dopamina no cérebro e supre, em parte, a
ausência desse neurotransmissor) — nem as terapias apresentam resultados, uma
opção é a cirurgia. Mas só em casos de rigidez e tremor, cujos resultados
pós-intervenção são melhores.
Conhecida como estereotaxia, essa cirurgia
consiste em fixar eletrodos no cérebro do paciente. Quando estimulados, esses
eletrodos ativam o sistema nervoso central e liberam do pamina. A boa nova é
que o procedimento está sendo oferecido, desde março, no Setor de Neurocirurgia
do Hospital dos Servidores do Estado (HSE), no Rio de Janeiro, pelo Sistema
Único de Saúde (SUS).
Os pacientes que desenvolveram a doença de
Parkinson apresentam melhoras visíveis nos tremores após a intervenção — que é
contraindicada caso a pessoa seja idosa ou não tenha condições clínicas de
suportar a cirurgia. “E também se a doença já está em estágio avançado, em que
os benefícios não serão tão evidentes”.
Tratamentos, como fisioterapia e terapia ocupacional, também têm sido considerados tão importantes quanto os medicamentos.
Tudo porque melhoram a autoestima do paciente. A fisioterapia, por exemplo, mantém a flexibilidade por meio de exercícios específicos que não deixam os músculos atrofiarem. Já a terapia ocupacional ajuda a pessoa a conviver com as limitações da doença e a superá-las nas atividades mais simples e corriqueiras do dia-a-dia — como tomar banho e escovar os dentes.
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